sexta-feira, 17 de dezembro de 2010


Um ser – verdade

Trovador, não escrevas um poema
apenas por escrever-lhe...
O poema tem que sentir o Poeta.
O Poeta tem que ser o poema.
Não o enfeite, não o empilhe como galhos
para uma fogueira futura... o respeite!
Não lhe invente palavras ao vento;
porque não são tuas.
Os espíritos não se calam...
Há em cada poema a sua alma própria.
Há em cada “Poeta” o seu próprio Poeta.
Não há sofrimentos iguais.
Não há amores a mais.
Sentimentos não são dispersos...
Escrevas, trovador, somente de ti o que és,
pois, um Poeta, adormece
quando a sua alma vagueia...

(Poeta Dolandmay)

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010


DESÍGNIO

Hão de brilhar as estrelas
ao espaço dos céus obscuros
e orgulhosos, e frios.

O astro bendito há de se por
entre a vida, entre o amor.
Amor complexo,
de esperança, e de justiça.

E esta voz trêmula que vaga
aos meus ouvidos cálidos,
há de me esquentar a alma
e os pés, e as mortalhas mãos.

Há de se erguer a lua
aos meus sentimentos de dor,
de aflição, e de medo.

E há de o tempo renascer
mais terno, mais doce, e quente.
O meu tempo, de promessas,
e de sonhos que não morrem.

(Poeta Dolandmay)
Divino esplendor

“Não deixas que almas obscuras
de reinos que não te pertence te ofusquem a Luz.”

(Poeta Dolandmay)

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010


À MULHER DOS OLHOS CAÍDOS

Quando os teus olhos eu vi cair ao tempo,
Embocados aos raios de sua tristeza;
Solidão oculta, do coração, que pulsa lento...
Cantei-lhe, o cântico infindo da destreza!

Quando eu te vi as sombras, amargurada,
Braços estendidos e os pés cruzados,
Estendi-lhe a rosa branca amortalhada,
Que a tanto desejaste, em seus brocados...

Vaga, oh, mulher, com o teu vestido azul,
Mistura-se em meio às estrelas do sul,
Porque o oiro do norte não te pertence mais!

Agora, é branda a tua amargura, e morta;
São suas lágrimas de amor que me conforta
Dentre a minha alma a escrever-te a paz!

(Poeta Dolandmay)

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Por o espírito infinito das nações

Os anjos guardam o monte de Sião
sobre os olhos infinitos de Davi,
e poeira, e pedra, e fogo se levantam,
o mar reflete os deuses de espadas,
e suas ondas são altas, e doces, e claras,
e os que as verem se gloriarão à terra;
que estão próximos os dias do Rei,
e o infinito amor do Senhor;
o Deus de todos os deuses, e de nações.

Preparai o teu corpo, e o teu espírito,
e os cálices de teu corpo que são puros,
e o coração da tua bondade à luz;
porque assim é o Rei, e assim o verás.

(Poeta Dolandmay)


“In Natal de esperança”

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010


AO ANJO CELESTE

Anjo branco, dos céus em bandeiras,
De o teu fulgor que o faz iluminar
Clareia os montes ao brasão de luar
Como as invídias vozes de faceiras...

Damas das rosas! As que mais queiras,
Coração em pedra que o deixa amar
O cadáver orgulhoso, que as faz cegar
Aos teus murmúrios às vidas inteiras...

Cegas! Mas, às mãos, são como viver
Em meio as suas crepitantes fuselas
Que rogam e cantam... sem vos deter!

Místico ufo, do crepitar das estrelas,
Em séculos benditos do amanhecer,
Escuta-me! Lá adiante, às vozes delas...

(Poeta Dolandmay)

segunda-feira, 29 de novembro de 2010


PRECE À SOLIDÃO

Solidão, que nos cega os sentidos,
Vem como uma lua negra e morta
Aos ventos murmurando à porta
Dos ouvidos plácidos deprimidos.

E, nos sussurros tenros atrevidos,
Que os são das trevas que nos corta
Guarda os dias brancos e suporta
Os lamentos aos tempos perdidos.

Solidão, que há séculos é virtude,
Que ao coração nos prega e acalma
A vida em ambição à juventude...

Vêm aos ventos e retorna à palma
Para que a noite não padeça e mude
Nas fortalezas do sentir... da alma.

(Poeta Dolandmay)

quarta-feira, 24 de novembro de 2010


UM ALGUÉM E UM POETA

Ora, Poeta, por que hás de escrever
os sentimentos d’um coração?
Todos nós somos iguais, os dias são iguais.
Há dentro de ti uma vida, um coração igual.
A paixão? Ah, não importa a cor!
Todos os sentimentos são de amor!

Não te invoques o além...
Eu não quero imaginar mais nada.
Eu não quero mais sorrir do nada.
Eu só quero entender a vida,
porque haverá de ser cumprida
dentre os meus dias também...

Não me conte os teus segredos
porque eu não quero mais saber.
Conta-me apenas de seus medos
porque eu já temo você...
Não mais queiras de mim o esplendor
sendo que eu já sou todo o seu fulgor
em seus dias de solidão!

Oh, trovador, o que hás de ser do meu alguém?
Dos meus sonhos? Da minha esperança?
Queiras em razão me compreender
Sob a sua infinita aliança...
Por que haverá de nos céus o seu viver
ser os cumprimentos dos murmúrios teus?

“Porque na vida todos têm
dentre os cantos que convém
o Amor, sobre os infinitos olhos de Deus!”

(Poeta Dolandmay)
DO POEMA

“O poema para ser um, bom poema, é assim:
Quando não se define, mas se traduz!”

(Poeta Dolandmay)

sábado, 20 de novembro de 2010


CLAMOR

Peço-te perdão do que sou.
Peço-te perdão do que me acham.
Nunca fui de mal algum.
Nunca fui o que me quiseram.
O que vivo é amor.
O que eu não tenho é a vida.
O que escrevo é o meu temor,
a minha pobre solidão.
Eu sei que tenho muitos amores,
mas me falta muito ainda.
Em seu jardim há muitas flores,
mas no meu há um vazio
que eu tanto busco completar.
Não me tente compreender
porque nesse mundo eu não estou,
apenas ando a vaguear
por completar o que eu não fui...

(Poeta Dolandmay)

terça-feira, 16 de novembro de 2010


ESPERANÇA

“Nunca deixe de sonhar...
Porque o sonhar, é viver!
Nunca deixe de amar...
Porque o amor, é a essência da vida!”

(Poeta Dolandmay)

domingo, 14 de novembro de 2010


ARBÍTRIO

Não mais assim o serei como sou pranto,
Ufo anjo celeste, que me amargura
Na noite escura e cabal que anseia tanto
As densas e miseráveis vozes que te jura.

Não mais serei como o linho de seu manto.
E nas insígnias aflições que me insegura,
Como o indescritível mendigo de acalanto
No altaneiro vento de sua voz obscura.

Como um tapeador a rogar benção branda
No peito que traz o tormento e canta
Na infeliz espera de me roubar o amor,

Serei um estranho, assim, como me é luz
Na revelação do opúsculo real que conduz
Desde o princípio de o seu esplendor.

(Poeta Dolandmay)

quinta-feira, 11 de novembro de 2010


VOZ...

Não mais serei eu,
Totalmente eu.
Cada dia é um dia
E, eu, dias reversos.
Tudo me é antes
Hoje, tudo é depois.
E tudo é distante
Na alma de nós dois.
No astro de fogo,
Tudo é além de mim.
O que sou vagueia
No universo mudo
Das palavras frias
Que me quer falar:

Alarga meus versos,
Pois que sou reverso
Se eu não sou amar!

(Poeta Dolandmay)

quinta-feira, 4 de novembro de 2010


PÁTHOS

A luz do sol me queima a pele,
a lua não mais clareia as minhas noites,
não mais vejo a alvorada
sobre o imenso azul das águas santas.

As canções que soam aos meus ouvidos
são das noites mortas,
e as estrelas já me são extintas
sob a idolatria infinita que não me renova.

Que não me pudera
ao meio da imensidão gelada
onde há da minha alma o descanso,
ao despertar da esperança,
o amor, em suas falsas e pobres ambições,
no silêncio que me guarda, prosperar.

(Poeta Dolandmay)

domingo, 24 de outubro de 2010


DA IDOLATRIA MORTA

Sinto uma estreiteza aguda no peito...
Todo o sangue do corpo faz-me doer,
Sob a luz duma aura ansiosa, em dizer:
Rompeu-se a sombra o amor perfeito!

Porque tem que ser assim satisfeito:
Numa exaltação ondeante de prazer...
Esmagando-te a alma, ocultar-te ver,
Esta fúria vibrante d’um cálice desfeito.

Parecem-me poderes enviados do céu
Pelo anjo que rodeia a minha volta,
A mando de um ser cândido com véu.

E nesta noite fria dos braços me solta,
Faz-me cheio de glória tirar o mantéu:
É preciso que a vida lhe vá sem revolta...

(Poeta Dolandmay)

sexta-feira, 22 de outubro de 2010


REVOLUÇÃO

“Infinito são os caminhos do espírito. A alma,
ah, essa, estonteia com os ciclos de seu intento!”

(Poeta Dolandmay)

RAZÃO

Ledor, o que escrevo é você.
Se não sou eu mesmo,
Eu não sou ninguém.
Não me queiras entender
Se não te entendes.
Também sinto no mundo
Tudo o que sentes...
Do mesmo modo as dores
Dos desamores, que todos têm.
Porque são fados,
E são rochas a quebrar.
Nada é ainda próprio
Como dos céus são as estrelas.
Tudo está a amar
Na luz branca que são delas,
O azul te enganas ver
A própria alma que carregas.
Nada tens a compreender
O que seja uma dor.
No profundo dos teus olhos
A tristeza me é luz,
E a solidão, me é amor.
O teu caminho é meu intento,
Os meus versos do além.
O que escrevo é você,
Mas o que lês, sou eu também.

(Poeta Dolandmay)

quinta-feira, 14 de outubro de 2010


DOM MAIOR

Elevo o amor, e nada me desatina,
E o mau não me faz compor
Dentre as essências de esplendor
A canção, que de sua voz destina.

No alto, o mais sagrado faz escutar
O canto que em mim atribui,
E o meu espírito faz se elevar
Dentre os anjos do céu, e se intui.

Ergo-me das profundezas em vão,
Pois que nelas, eu nunca estive...
Ruínas que cabem sobre as mãos –
Dom de poder que com todos vive.

Elevo o amor, e tudo, e ao meu redor
Torna-se intenso e faz verdadeiro...
Pois que já sou de o ser maior,
Uma vez que já o suplico: altaneiro!

(Poeta Dolandmay)

sexta-feira, 1 de outubro de 2010


TROVADOR

Solte-se, Poeta!
Crie o seu grito sem medo,
Aprofunda-se nas suas palavras,
Pois a sua alma é imensa!
Olhe pra mim, quem sou eu?
Um ser sujo, com roupas rasgadas
E com um cheiro químico,
No entanto, solto o meu grito;
Porque em mim tenho a dignidade da alma!
O que os outros pensam?
Não me importa!
(São hipócritas comedores de almas)
Na minha, há o veneno dos deuses
Que o meu cerne confia!

(Poeta Dolandmay)

D'UMA ESSÊNCIA

Se tudo o que eu pensasse fora para escrever,
Ora, quão tudo perfeito seria...
Não existiria a noite, nem o mau!
Mas, a verdade do mundo não é perfeita!
Então, o que eu busco, é a minha própria verdade,
A verdade de mim mesmo, o meu Amor!

(Poeta Dolandmay)

POR UMA RAZÃO

A alma necessita da evolução!
É preciso que os seus sentimentos
Sejam transmitidos numa essência digna,
Da qual fez de sua existência
“A razão da vida!”

(Poeta Dolandmay)

sexta-feira, 24 de setembro de 2010


NAS FORMAS DOS SENTIDOS

Será que alguém viu
A minha vida detrás, nos céus
Quando ainda era por véus
A minha cabeça coberta,
Quando ainda não estava certa
A minha vinda ao mundo?

Quem poderá me dizer
O que os deuses me guardam,
E também os porquês me afagam
Em meio o meu peito triste,
E ainda o porquê persiste
No meu coração o amor profundo?

Quem sabe eu já saiba,
Mas, não me caiba entender
Antes que termine o caminho
Que eu tenho a percorrer,
Para que, na vida, eu entenda
Que só tenho que amar, e viver...

(Poeta Dolandmay)

segunda-feira, 13 de setembro de 2010


D’UM AMOR DE ERAS

Mulher, o nosso tempo acabou.
E em meu coração apenas ficou
Toda a solidão, todo o vazio;
Porque por todas as coisas
Há apenas uma por qual teremos que pagar,
— O próprio sentimento.
Que isso me seja recompensado na alma,
E que essa dor me seja justa,
E quando entenderes o meu amor
Que volte, pois ele, jamais a deixará!
Ele só te fez bem, e não mal,
E lhe fará bem por todos os seus dias.
E ninguém mais o achará;
Porque o seu valor é mais do que o ouro
E destinado foi ao seu fulgor;
Porque tu és de mim todo o esplendor,
Toda a luz, por todo o tempo que se faz,
Sobre o mar, e sobre a terra.
E quando eu a tiver no infinito
As lágrimas em seus olhos não haverá;
Porque o meu amor te será mais!

(Poeta Dolandmay)

sexta-feira, 3 de setembro de 2010


TU ÉS DE MIM TODO O AMOR

“Fazeis do seu inimigo o seu amigo;
porque o seu inimigo lhe deseja a Morte.
Se bem estiver com o seu amigo,
não o pagará com desejos maus da mesma morte,
mas o desejará a eternidade inteira!”

(Poeta Dolandmay)

quinta-feira, 26 de agosto de 2010


MAIS QUE TUDO É AMOR

O que és de mim tão cedo pranto
Por vez em grande amor me ergue
A fazer da solidão um acalanto
Na estranha razão que me persegue...

Razão alheia que me é um tanto
No amado coração que me prossegue
Mais que tudo um estranho canto
Que o da paixão que o faz entregue.

Solidão oculta, oh, amor estranho,
Que por vez não sabe o seu tamanho,
Que não sabe o quanto vos me fere.

Um instante ausente e amargurado
Que nas noites mortas é meu pecado,
Na imensurável razão que o profere.

(Poeta Dolandmay)

quarta-feira, 25 de agosto de 2010


ESPLENDOR

“O que seriamos sem o AMOR?
Ah, o Amor!
É o que nos faz faltar o ar!”

(Poeta Dolandmay)

(...)

Na alma existem segredos
que somente o amor
é capaz de desvendar.

(Poeta Dolandmay)

terça-feira, 17 de agosto de 2010


EM SILÊNCIO...

“Somos como as raízes da terra,
e como o orvalho nas folhas.”

(Poeta Dolandmay)

segunda-feira, 16 de agosto de 2010


SOBERANO

Quão lindo é o amor;
No ciclo de todo o tempo,
Aos anseios de esplendor!

(Poeta Dolandmay)

domingo, 15 de agosto de 2010


NO RELÓGIO DA VIDA

Que mundo levanta um tempo?
Vagueio nos anseios do prazer,
Nas veias infinitas do intento
Que hás num ar vago a morrer,

Que hás num ciclo de momento,
Visto que é postado a todo ser
Um dia abrangente a perecer,
Ou um largo cálice de lamento.

Posto que, noutra era, num além
Não há uma tristeza de estar,
Visto que a todo tempo também

Não há outra vida a reencontrar,
Não há outro destino que contêm
O desejo d’outro tempo levantar!

(Poeta Dolandmay)

terça-feira, 10 de agosto de 2010


A ETERNIDADE

Há coisas que não podemos entender
Antes que nos seja permitido...

Deus é tão claro com todos,
E, mesmo assim,
Teimamos em querer entender
O que já nos é entendido.

Pois que, o nosso único mandamento
É o amor-perfeito.
Assim que é direito, entendo.

Buscamos o que já temos,
E o que já nos é eterno para todo o sempre...
Visto que, dignamente,
É o que nos anseia o coração:
A eternidade inteira...

No mesmo tempo, velamos a morte,
Como que nos fossem a única vida,
A única corrente entre um caminho de sorte,
Onde há chegada, e onde há partida.

Mas certo que qualquer arvoredo
Nasce e se faz expor ao tempo de sol,
Como que cedo viesse a noite,
Como que os dias se clareassem no arrebol.

(Poeta Dolandmay)

segunda-feira, 9 de agosto de 2010


PENSE...

“Se todos fossem para sempre,
quem nos seria eterno?
Hás para cada um o seu tempo;
para que, a juventude, o seja plena!”

(Poeta Dolandmay)

quarta-feira, 4 de agosto de 2010


SOLIDÃO OCULTA

Por que se esconde?
Tão oculta à visão.
Diz-me, donde
Está o seu coração.

Pregado na vida?
Donde está? Perdida,
Na voz da ilusão.

Por quê?
Oh, triste solidão.
És de amor?
Ou apenas canção.

Vivencia momento
De real sofri-dão!
Pele cortada, do nada,
Sem uma razão.

Porque mais parece
Um vulcão erudito,
Da voz d’um mito
A gritar por paixão!

(Poeta Dolandmay)

SONETO TRISTE

Quanta aflição, oh, triste agonia...
Espelho que me tinge a face.
O que há razão! Essa melancolia,
Sem ter “amor” não tem disfarce.

Lágrimas, que aos olhos nasce...
Pois que há vida, mas não há dia!
Não há prazer, imensa euforia
Que não se estende o seu enlace.

Por que me ocultas em prazer?
Se souberes que te sou tão forte,
Tão mais durável que meu viver...

Desfolharia, em mim, tua sorte?
Oh, vida! Dá-me seu renascer...
Para que, não te findes na morte!

(Poeta Dolandmay)

sábado, 31 de julho de 2010


NO AMOR

“Na tua falta de fulgor
pense nas pessoas que te ama.
Não as confunda, pois elas,
assim como você,
também sofrem a dor,
também sentem o desgosto.
Mas o amor inda é maior;
e lhes gloriará o coração.”

(Poeta Dolandmay)

UVE

“A verdade em DEUS é farta,
não o tem segredo o mau;
porque a Ele pertencem os espíritos,
e as almas a terra; e os que
se planam nela pertencem aos céus.
Não deites sobre o engano;
porque a tristeza lhe consumirá,
e não mais se fortificará Nele.”

(Poeta Dolandmay)

PERFAZER

“Porque os teus olhos
pertencem a Deus;
e mau algum te pertencerá
se feliz olhar a Ele.”

(Poeta Dolandmay)

quarta-feira, 28 de julho de 2010


LAÇOS

Tantos sentimentos me perseguem...
E nesta vida em que eu vou passando
Céus inteiros me clareiam, quando
Todos os de bom amor me seguem...

Com a voz do infinito eu vou cantando
As melodias dos que não temem,
Dos que, nos louvores, prevalecem
Nos maus das noites dispersando...

Eu anseio qual se afia prudentemente,
O que não se firma em mau intento,
Que não se deixa amar secretamente.

Pois que os sentimentos nesse mundo,
Não inquire tudo o que se vai vendo...
Mas anseia o coração, que é profundo!

(Poeta Dolandmay)

segunda-feira, 26 de julho de 2010


NAS AFLIÇÕES

Hás de cumprir as coisas que te espera,
o que Deus quer de ti; as tuas provas.
Pois apenas ganharás o céu depois do teu intento.

“Não lhe deseje a morte,
pois a morte que deseja, é para sempre.”

E haverá mais uma prova do Senhor
sobre o céu, e sobre a terra;
sobre todos aqueles que confiam Nele.

(Poeta Dolandmay)

DENTRE OS CÉUS

Dorme tão linda, parece sonhar...
Vaga ao além dos teus sentidos,
Baila os teus cabelos compridos,
E a tua alma oira, deixa descansar...

Ainda quentes e sem tormentos,
Os teus ouvidos frágeis, cansados,
Na terra ouvem os teus amados,
E teus segredos, ciciam os ventos...

Abrem as portas dos teus céus!
Quanta luz, quantos amores,
Quanto sorriso alegre, e profundo...

Dorme tão linda, sob os teus véus,
Vaga entre o jardim das flores –
No repousar tranquilo desse mundo.

(Poeta Dolandmay)


*Poema dedicado a Débora Neves*
“In jardim das flores”


sábado, 17 de julho de 2010


PALAVRAS VAGAS

Não invoques o meu silêncio,
Pois é tão incandescido quanto a ti.
Não queiras entender como eu te amo,
Pois te ordenará em confusão.
Não me faça dizer-te palavras
Se não podes suportar minhas verdades.
Não acordes a minha alma
Se não podes confortá-la.
(Deixa-me com a minha solidão...)
E se não podes com a minha paixão
Deixe o meu coração dormir,
Já que não podes suportar o meu amor!

(Poeta Dolandmay)

sexta-feira, 16 de julho de 2010


DOS JUSTOS

“Em nossos dias de sombra as tentações são enormes,
mas nosso espírito pertence ao Deus de Amor,
e ELE está em nossos corações, e nos alivia a alma!”

(Poeta Dolandmay)

quinta-feira, 15 de julho de 2010


SONETO VAGO

Porque à noite me abre triste
Num frio intenso sem amor,
E nessa ardência nada existe
E me falta à pele o seu calor...

Porque a lua é sem fulgor
E sem você nada consiste,
Porque em mim tudo persiste
Na luz branca do esplendor...

Porque morrem meus encantos
E intensos são meus prantos
Na noite imensa sem luar...

Porque eu perduro a solidão,
E na dor intensa ao coração
Eu vagueio sem te encontrar...

(Poeta Dolandmay)

quarta-feira, 7 de julho de 2010


O POETA E A SAUDADE
(Errante)

Por que me enchestes de amor leve
Se tu sabias do meu peito forte?
Qual foi a razão do teu grito breve
Se na paixão não te cabia a morte?

Por que me fizeste um gosto imenso
Se qual o teu sabor não há doçura?
Se tu sabias do meu sol intenso
Por que me deixaste nessa tortura?

Nada a fizeste arder? Não há vida!
Tão vazia! Sombria e calma, solidão...
Gosto azedo d’um absorvente amor!

Onde me está ela, a ensandecida?
Por que a expulsaste do meu coração
Se sabias da amplitude de sua dor?

(Poeta Dolandmay)

sexta-feira, 2 de julho de 2010


INSÔNIA

O dia se faz frio sob o sol intenso,
A noite sobre a luz branca se faz casta.
Tudo esplêndido, mas nada me basta,
Nada me é na alma tão imenso!

A minha sede inda é maior, insana...
Tudo me é morto, a minha lua é extinta!
O meu desejo é d’uma luz profana,
Que digna a me clarear... Não minta!

Eu amo como ninguém tem amado,
Como um maldito ser endoidado
Que tão pequeno se sente no mundo...

Quero anoitecer no calor aberto do dia,
Mas nada me faz queimar! Imensa agonia,
Esfria-me a alma num sono profundo!

(Poeta Dolandmay)

VOLIÇÃO

Que tudo o que fui e tudo o que sou
Não se perca no tempo...
Que o espelho de mim reflita a um futuro breve
Não melancólico, ou triste, ou amargo,
Mas numa doçura leve...
Que o amor que tenho não seja esquecido
Como uma flor morta sobre a terra,
Mas que o lembrem para a eternidade...
E, de mim, do meu corpo,
Que os ventos o espalhe como cinzas ao mar!

(Poeta Dolandmay)

quarta-feira, 30 de junho de 2010


DIÁLOGO DA MEIA-NOITE

Ah, triste alma, à que veio?
Escritos estavam os seus dias
no livro divino dos céus.
Alheio, atentas o teu destino
no que te julga soberano;
na tua calma estranha,
e de conflito, e de engano.

Ao redor do que me clareia,
me ofuscas, e me consomes
quais as tais de suas leis
que não pregam as suas mãos,
que não são de suas bênçãos;
pois recriais os mandamentos
perante a sua eternidade.

Não serei igual a ti, oh turvo,
quais as tuas entranhas;
porque o meu cajado é sólido
sob as suas confusas tentações.
O meu caminho é o da verdade,
e a minha alma é pura.
Mórbido, são os teus dentes.

Não andarei pelo caminho
das tuas doutrinas, e não me
apegarei as tuas falsidades;
porque eu sou daquele
que não perece,
daquele que é de afeto, e de luz,
e o servirei eternamente;
porque Nele eu tenho prazer!

(Poeta Dolandmay)

quinta-feira, 24 de junho de 2010


CORPO-PERFEITO

Nada é tão amado
Quanto o coração.
O amor nele guardado
Ninguém leva não...

Puro objeto de amor
Que nem cara tem.
Não finge sentir dor
Nem mágoas também...

Se qual apaixonado
Tão lindo é no mundo.
Se tal amargurado
Sente tão profundo...

Nada deixa morrer
O que é de tão fulgor.
Tão logo faz vencer
O que é de esplendor...

Nada é de pecado
Neste cerne nada é vão.
Oh ser abençoado
É este tal de coração!

(Poeta Dolandmay)

quarta-feira, 23 de junho de 2010


CÂNTICO DE ESPERANÇA

Dança, minha bela... É a tua canção...
Mostra teu bailar; é o cântico de seu amor!
Com teu sapatear, ao pulsar teu coração,
Bailas com teus passos de esplendor...

Dança, minha bela... A aquarela da paixão...
Foi composta à estrela, intensa de fulgor!
A letra já é tua, foi escrita à minha mão,
As luzes são da lua, não afeta o seu pudor...

Olha à tua frente... O mundo que te espera,
Seca suas lágrimas, acorda os teus sonhos...
Dança, menininha... Vejas como é amada...

Vejas lá ao fundo... O chegar da primavera,
És a minha alma! Seus dias são risonhos,
Tua luz é tão bendita; é o canto da alvorada...

(Poeta Dolandmay)

sexta-feira, 18 de junho de 2010


À MINHA METADE

Enquanto eu viver de calor
no meu demente coração,
ser-te-ei de a luz mais clara
dos astros quentes dos céus.

Enquanto me for de primor
a minha atrevida paixão,
ser-te-ei do tempo que rogas
na luz clara da verdade.

Enquanto for plena em mim
toda a ambição perfeita,
aos teus olhos humanos,
ser-te-ei da densa claridade.

E quando, oh minha querida,
sob a terra fria da vida
o meu corpo vier a dormir,
ser-te-ei de intenso fulgor.

Pois de mim já és toda a luz,
toda a divindade em luz
que hás ao imenso esplendor.

(Poeta Dolandmay)