domingo, 24 de outubro de 2010


DA IDOLATRIA MORTA

Sinto uma estreiteza aguda no peito...
Todo o sangue do corpo faz-me doer,
Sob a luz duma aura ansiosa, em dizer:
Rompeu-se a sombra o amor perfeito!

Porque tem que ser assim satisfeito:
Numa exaltação ondeante de prazer...
Esmagando-te a alma, ocultar-te ver,
Esta fúria vibrante d’um cálice desfeito.

Parecem-me poderes enviados do céu
Pelo anjo que rodeia a minha volta,
A mando de um ser cândido com véu.

E nesta noite fria dos braços me solta,
Faz-me cheio de glória tirar o mantéu:
É preciso que a vida lhe vá sem revolta...

(Poeta Dolandmay)

sexta-feira, 22 de outubro de 2010


REVOLUÇÃO

“Infinito são os caminhos do espírito. A alma,
ah, essa, estonteia com os ciclos de seu intento!”

(Poeta Dolandmay)

RAZÃO

Ledor, o que escrevo é você.
Se não sou eu mesmo,
Eu não sou ninguém.
Não me queiras entender
Se não te entendes.
Também sinto no mundo
Tudo o que sentes...
Do mesmo modo as dores
Dos desamores, que todos têm.
Porque são fados,
E são rochas a quebrar.
Nada é ainda próprio
Como dos céus são as estrelas.
Tudo está a amar
Na luz branca que são delas,
O azul te enganas ver
A própria alma que carregas.
Nada tens a compreender
O que seja uma dor.
No profundo dos teus olhos
A tristeza me é luz,
E a solidão, me é amor.
O teu caminho é meu intento,
Os meus versos do além.
O que escrevo é você,
Mas o que lês, sou eu também.

(Poeta Dolandmay)

quinta-feira, 14 de outubro de 2010


DOM MAIOR

Elevo o amor, e nada me desatina,
E o mau não me faz compor
Dentre as essências de esplendor
A canção, que de sua voz destina.

No alto, o mais sagrado faz escutar
O canto que em mim atribui,
E o meu espírito faz se elevar
Dentre os anjos do céu, e se intui.

Ergo-me das profundezas em vão,
Pois que nelas, eu nunca estive...
Ruínas que cabem sobre as mãos –
Dom de poder que com todos vive.

Elevo o amor, e tudo, e ao meu redor
Torna-se intenso e faz verdadeiro...
Pois que já sou de o ser maior,
Uma vez que já o suplico: altaneiro!

(Poeta Dolandmay)

sexta-feira, 1 de outubro de 2010


TROVADOR

Solte-se, Poeta!
Crie o seu grito sem medo,
Aprofunda-se nas suas palavras,
Pois a sua alma é imensa!
Olhe pra mim, quem sou eu?
Um ser sujo, com roupas rasgadas
E com um cheiro químico,
No entanto, solto o meu grito;
Porque em mim tenho a dignidade da alma!
O que os outros pensam?
Não me importa!
(São hipócritas comedores de almas)
Na minha, há o veneno dos deuses
Que o meu cerne confia!

(Poeta Dolandmay)

D'UMA ESSÊNCIA

Se tudo o que eu pensasse fora para escrever,
Ora, quão tudo perfeito seria...
Não existiria a noite, nem o mau!
Mas, a verdade do mundo não é perfeita!
Então, o que eu busco, é a minha própria verdade,
A verdade de mim mesmo, o meu Amor!

(Poeta Dolandmay)

POR UMA RAZÃO

A alma necessita da evolução!
É preciso que os seus sentimentos
Sejam transmitidos numa essência digna,
Da qual fez de sua existência
“A razão da vida!”

(Poeta Dolandmay)