sexta-feira, 30 de dezembro de 2011


Reverso...
(O Poeta e a Glória)


Se que eu for demais. Ao mundo,
Em que eu murmuro e canto,
Se que for de voz altiva, e profundo,
D’alma leve em que me acalanto,

Dir-se-eis: e vencido o verso meu!
— Outrora ouvir que não fosse nada,
Um bendito, de luz que se apaga,
Um anjo, sem se quer voar morreu.

E que, de humana voz que canta,
Que endoidece e que encanta...
— E nada; se for de orgulho e riso,

Pois, que tudo é tão igual a tudo,
E nasce, e ama, e à terra fica mudo,
E a Deus repousa ao mesmo juízo!

(Poeta Dolandmay)

sábado, 17 de dezembro de 2011


Ao esplêndido

“O poema se lê com a alma;
e nela nada se deixa de entender!”

(Poeta Dolandmay)

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011


À Dama d’Elite

Dantes eu pregado aos teus desejos,
Exaltado ao teu odor, eu murmurava
Por cobiça ao vigor d’os teus pejos,
E o meu amor de paixão s’edificava...

Que, hoje me abrigo aos teus ensejos,
De fim aos anseios, que desventurava,
Dos tormentos que ainda eu protejo,
Dos teus aromas que me enfeitiçava...

E por minha tortura de infinito amor
Inda rogo aos céus: que a ti proteja,
Para toda a infindável paz-imaculada;

Que nos enfeitam ao mesmo esplendor
Por séculos e, por séculos alegre seja
A tua infinita fragrância-deslumbrada!

(Poeta Dolandmay)

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011


A um Poeta

E vozes interagem o que escrevo!
Na minh’ alma o silêncio corta,
Dizendo o que sou e o que devo,
Dos meus olhos já de água morta!

Sussurros estranhos igual ao meu?
Deuses choram versos mortos...
Não sou de brado igual ao teu!
Só canto as mágoas que conforto!

Nuvens, Poeta, cobrem o meu dia!
O sol de esperança, me é fantasia
Como as preces que clareia e sente...

Os meus segredos, eu te desvendo:
Penso o que pensas d’ alma lendo
O que sou à boca já de toda a gente!

(Poeta Dolandmay)

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011


Quando da minha luz

O dia estava triste! O céu estava escuro,
Vozes vagavam aflitas ao vento,
Na imensidão do meu sarcástico convento;
— A agonia que ao meu peito perduro!

A chuva que caía era fina, o cântico impuro,
E o meu espírito tenebroso e lento,
Dentre a minh’alma de aflição e desalento
Orava aos céus o fulgor que me conjuro:

— Cânticos incrédulos sem amor e graça,
Que nem de ardor e de esperança a prender
Amenizam os dias de dor e desgraça!

Almas rezavam por alegria que impressiona,
Que de tristeza vagueia a perecer: —
“Deixa-o à luz, no mesmo amor que a toma!”

(Poeta Dolandmay)

terça-feira, 6 de dezembro de 2011


D’um amor edênico
(O tremor primeiro)

Nada me foste tão breve e inconstante,
Vago e triste... Apenas um momento
De incerteza ao meu ignóbil julgamento,
Ao meu miserável coração amante...

Nada me foste de tão pouco instante,
Trêmulo e hábil, de mutável pensamento,
De inconstâncias precárias e tormento
Ao meu sobrevir de aclamação prestante...

Triunfo extremado, de amor e de orgia,
Paixão e desejo; afrodisíacos odores
Que me inibem, que endoidece e fantasia

O firmamento, do meu corpo honrado,
Notável e humano! E de seus amores,
Nada me foste de melancolias e pecado!

(Poeta Dolandmay)

segunda-feira, 28 de novembro de 2011


Insanidade

Por que de vida estranha pôde o amor?
Que sentimento corrompe e engana
Em gume desejado, sem que o fosse dor
Numa vida ardente e de alma insana?

Por que de vida alheia a paixão profana?
Quais eloquentes vozes de condor
Ao brado de anseios duma alma humana
Pôde o coração sem que a fosse ardor?

Antes inspirados em desejos poucos
Os meus lábios ávidos e inconsequentes,
Que fosse a sofrer eu em sonhos loucos...

Móvel no qual me ponho a dormir
Sentindo os castigos das cobiças quentes,
E que nada de insano fosse a eu devir!

(Poeta Dolandmay)

sábado, 26 de novembro de 2011


Numa rua que ontem passei...
(Mendigos d’ Luz)

Nada nos surpreende mais, nada.
Os ventos murmuram nas ruas
E as almas melodiam as canções,
E elas cantam...
Não há pássaros, não há árvores nem flores.
Mas nessa escuridão estamos nós
Como fulgor de estrelas apagadas.
(E eles estavam ajoelhados ao chão.)
Sem nos surpreender.
Sim, em clamor aos anjos eternos...
E eles bradam aos céus
Mesmo que nada nos importe mais.
Eles estão aqui, ao lado de nós; por glórias.
Eles estão aqui ao lado dos mortos;
Porque a nós se importam,
Mesmo sem luz, mesmo sem amor.
Porque somos eternos...
Mesmo sem vida, mesmo sem sermos santos.
Mas podemos escolher,
Podemos escolher ser os melhores...
Os que têm vida, mas não se importa.
Os que têm amor, mas não doa,
Não cantam, não clamam...
Porque tudo é único a nós mesmos
Porque só vemos uma luz, a de nós mesmos...
Até quando vamos viver?
Eternos, não poderemos ser de sangue.
Mas eternos...
Poderemos ser de luz e de canções...
Eternos, não poderemos ser de sangue.
Mas eternos...
Poderemos ser glórias e de amor...
Mas por que vagamos?
(E eles estavam ajoelhados ao chão.)
Porque nada nos surpreende mais, nada.

(Poeta Dolandmay)

quarta-feira, 23 de novembro de 2011


Aflição

Momentos de dor ao peito triste!
Que tudo nos leva a se envolver,
Que nos consome sem compreender
Os enganos avaros que nos resiste...

Solidão, que a toda alma existe...
Renascendo aos olhos sem vos deter,
Sempre em ilusões a nos prender
Nas noites frias que vos persiste...

Nada é de adiantar na ilusão, nada!
Sempre ao coração o brilho apaga...
Sempre indefinido é qualquer amor!

“Se que de engano é que nos cria
Os momentos de tortura, à noite fria,
– Que nada de orgulho vence a dor!”

(Poeta Dolandmay)

sexta-feira, 11 de novembro de 2011


Uma razão pra existir...

Tudo quer à imensidão,
Porque o coração existe, você ama.
Tudo ama sem sentir.
Porque o amor que canta é viver...

Tudo quer ver alegre,
Porque de vida extensa fica breve.
Você sorri.
Tudo sorri em fantasia.
Porque à esperança é enternecer...

Mocidade, não há de compreender.
Tudo nasce e se vai como se vem.
Cantamos e vivemos para sempre...
“O sol queima sem sofrer.”
(A lua ama sem sentir.)
Porque nada é de razão indiferente.

E o mundo gira, e nasce.
E você renasce.
E as flores crescem.
E o amor nos julga eternamente...

Porque tudo quer à imensidão,
Porque o coração existe, você ama.
Tudo ama sem sentir.
Porque existe uma razão pra existir...

Você feliz!

(Poeta Dolandmay)

A minha voz

A minha voz é de amores! Enfeitiçados
Os que ela ouvir; – gritos de saudades!
Somente os corações desventurados,
Hão de ouvi-la, por tristezas e verdades.

A minha voz é de paixão e de vaidades...
Por distúrbios; – afetos desconcertados!
São murmúrios de dor e ansiedades,
Que aos ventos vagam desconsolados...

É de beleza, a ouvi-la, aquele que chora,
De chama o que ouve essa voz que clama:
“Benditos de amor; – os que lhe devora!”

Pois a mim, mais nada há por se perecer,
Mais nada há, em voz que se derrama...
– Por distúrbios em amores eu absorver!

(Poeta Dolandmay)

sexta-feira, 4 de novembro de 2011


Aos versos de antes...
(Lua irmã)


Saber o que eu era – dantes à vida
Ninguém pode, nem eu a rir...
Pois que falar, já ensandecida
Ponde a minh’alma: não vou sorrir...

Tantos mistérios... Oh, luz guarida!
Perguntei a lua em seu luzir:
Meus versos d’ouro, a chama erguida,
Sabido aos céus já de existir?

Lua responde, em tom grosseiro:
Saber Poeta! Que sou mais formosa
Que as estrelas de seu cruzeiro,

Que sou mais luz que uma rosa,
Não mais que a ti, – que é verdadeiro!
“................................................”

(Poeta Dolandmay)

sábado, 29 de outubro de 2011


O amor de Deus é absoluto!

Não podemos ocultar a verdade!
“Onde dizemos há tristeza;
é onde mora a maior alegria.”

(Poeta Dolandmay)

terça-feira, 25 de outubro de 2011


Múltiplos

Mesmo ao sol ardente,
nada queima o buscar de amor;
assim como, nos sonhos,
a paixão beija a esperança.

(Poeta Dolandmay)

segunda-feira, 24 de outubro de 2011


Ao dia depois de ontem...
(O adeus de bela)

Não direis pecados! Em prantos: triste ficou
O coração, ansiando tua presença-amiga,
Como o vento, a sussurrar, na sua fria cantiga
Os versos alegres que em outrora cantou...

No peito, pobre, como um mendigo que amou;
E, feito um anjo, que sua veste bendiga,
Que pregando entre tua crença e tua fadiga,
Nada sabe o que sente; e o que agora eu sou...

Talvez um perpétuo, condenado e amargo
Nas tristes vozes dos ventos eternos...
Ou talvez, simplesmente, um fanhoso espargo.

Agrados é o que eu sinto nesta canção de agora,
Sem começo nem fim: são os cantos ternos
Dum coração que anseia e dum amor que chora.

(Poeta Dolandmay)

quinta-feira, 20 de outubro de 2011


? ...

Talvez, eu sem saber, direis: que nada
Perdeste no que não tinhas! Por quê?
— Para viver o confuso, não se vê
Todos os dias; quais se foram alvorada...

Portanto, então, o que nos faz crescer
Ao deserto onde vivemos? — Ofuscada,
Cintila a nossa indiferença, sem saber
Em qual era a vida nos será eternizada.

Faleis que tudo: “Mistérios convulsos!
Por o sol aparecer, e se pôr perdido;
Quês, o amor, nos vêm aos impulsos...”

Entretanto, sê quer dizer magistérios!
Pois, o que há de se perder ferido
Se no que vivamos há-de ser mistérios?

(Poeta Dolandmay)

Mensagem a ela

“Os nossos amores são gêmeos... Porém, a se ofuscar
em desentendimentos breves...
Quais, não nos entendem em certas razões...

Pois, assim, queremos ser doutrinados,
e saber, sem saber que nada nos é revelado
do amanhã, tudo nos é ainda mistério!

Não se vê os dias de sol, no que ainda não existe!
Os de amor, ou não de amor...
Cada qual, nós viveremos no presente...

Não ofusque a minha luz aos seus temores...
A sublime, e aqueça a sua alma...
Sem que haja adivinhações de meus sentimentos...
Acredite em seu coração!

Não adivinhe futuros... Por medo,
ao meu amor, me compreenda e me ame!

Nada do que achamos ser, se não escrito,
não nos abre a mente... Não quero dizer que se fecha a isso,
ao contrário, tudo que devemos fazer e fazemos
também já foram escritos, para que, nunca esqueçamos...

Vivamos, e sonhamos nos dias de luz, por todos os dias!”

(Poeta Dolandmay)

terça-feira, 18 de outubro de 2011


Intuito à Rosa

E tudo eu vi! O teu caminho do amor
É como o meu peito, rubro, pulsante
De intenso calor, mas que de instante,
Luz que se ofusca a seu breve primor...

Olha-me! Como um astro esplendor,
Clareias, tuas noites de oiro ondeante,
E íntima abrasar, convulsa, ofegante
Eleva-se, su’alma tranquila e sem dor...

Eu a vejo como a lua cheia de amores,
De cor intensa, e ao fulgor de extremo,
Abrindo-se em paixão sem se perder...

Mas a notar, e sentir, ínfimos temores,
Por seu desígnio, a meu amor supremo,
Sem que nada há-de me compreender.

(Poeta Dolandmay)

segunda-feira, 17 de outubro de 2011


Cântico à flor doirada

Olhas o destino que a ti desses, e bela
Não digas ser apenas a frívola vida...
Mas vejas, que não tenhas mais garrida
Como as moças das antigas aquarelas.

Em feitiços fossem as cantigas delas...
Em benditas soais, por já, tua voz caída:
Que, portanto tu és a ensandecida
Com o teu infindo fulgor de estrelas...

Achocalhando as suas tranças doiradas,
Vais... e sonhas, vais... e cantas: ó lua,
Já que sois de ti o beijar das alvoradas...

Pois glória, alegria à suas mãos amigas!
Que, tua existência já se perpetua
Nas mais tão belas e infindas cantigas...

(Poeta Dolandmay)

Na orquestra do destino...

Somos das estrelas o seu próprio brilho.
Somos da lua, a luz bendita.
Busquemos brilhar os seus infinitos...

(Poeta Dolandmay)

Em compostura...

“A vida nos priva, e o amor desponta,
os sonhos prolongam... e a esperança conclui.”

(Poeta Dolandmay)

sexta-feira, 14 de outubro de 2011


Excelência

Vejo há instante o amanhecer,
Flores novas e o sol brilhante...
Sendo que nada era preciso ver.

Vejo há instante o azul do mar,
Cantigas belas e a lua amante...
Sendo que tudo já me era amar.

Vejo há instante o beijo louco,
Paixão ardente na rua distante...
Sendo que nada me era pouco.

Vejo há instante o meu coração
Pulsar frenético e ofegante...
Sendo que nada me era em vão.

Vejo há instante o que me podia
O meu corpo firme e elegante...
Sendo que nem já me era o dia.

Vejo na noite a dor e a saudade
A presença que me faz instante;
O amor ondeante e de vaidade...

— E eu vejo a esperança. E vivo!

(Poeta Dolandmay)


Das excelências...

Tudo está ao sol!
Tudo está florido!
Tudo está perto!

Mas, na multidão,
tudo é escuro,
tudo é solitário,
tudo é distante;
por nada sabermos
compreender...

(Poeta Dolandmay)

sexta-feira, 7 de outubro de 2011


À flor de lírio

Se que eu poderia disjuntar do mundo;
Ato descontente à vida inteira...
— Por ser complexo a alma-primeira,
Que ternos amores foi-se eu profundo?

Se que eu poderia a ser um maribundo;
De mim sugada a flor companheira...
— Instantes mortos quais de a videira;
Que perder os frutos já por um segundo?

Flor de planos sem que de pouco amor
Vinda às figueiras já com seu primor
Nos espinhos transformados em escudo...

Se galhos compridos em seu vil destino,
Como estranho se quer um desatino
Porquanto a amo já bem mais que tudo?

(Poeta Dolandmay)

Essência completa

Como poderá algo ser destruído
se não mais há uma pedra em pé?
Um amor de carne acaba, mas o amor de espírito
aos vínculos criados nunca acabarão...
O amor deverá que ser livre de transtornos,
e limpo de espírito.
Uma coisa pode ser a mesma coisa,
outra nunca pode ser uma.

(Poeta Dolandmay)

quinta-feira, 6 de outubro de 2011


Amor de primavera

Tão agradável é viver o amor bonito
Nas entranhas do infinito
Onde nasce a primavera...
Deixar a mente clarear um céu azul
Sobre as estrelas lá do sul
Onde a saudade não se’spera...

Amor alegre
Que incendeia a lua amante
Renascendo em cada instante
Nos embalos da paixão...
Amor afável na imensa alvorada
Que se vem sem quer dum nada
Nos pulsar o coração...

Astro brilhante tão bonito de se ver
Nascendo a cada amanhecer
Alimentando as videiras...
Tão agradável é ver a vida se’mbalar
Da solidão que a faz ficar
Sem as almas gêmeas companheiras.

Flor que cresce do imenso infinito
É esse amor bonito
Que não se quer qualquer razão...
E a sua luz de oiro forte a crepitar
São dos reflexos lá do mar
Onde tudo é vivo e nada é vão...

Amor alegre
Que incendeia a lua amante
Renascendo em cada instante
Nos embalos da paixão...
Amor afável na imensa alvorada
Que se vem sem quer dum nada
Nos pulsar o coração...

Astro brilhante tão bonito de se ver
Nascendo a cada amanhecer
Alimentando as videiras...
Tão agradável é ver a vida se’mbalar
Da solidão que a faz ficar
Sem as almas gêmeas companheiras.

(Poeta Dolandmay)

quinta-feira, 29 de setembro de 2011


Como todo sonho...

Somente nós,
poderemos buscar a alegria,
e nos completar
com a que nos fazem;
se nos fizerem,
sem termos a nossa própria,
nada nos terá valor.

(Poeta Dolandmay)

segunda-feira, 26 de setembro de 2011


Sabatina

Não vou dormir sem me deixar existir
No tempo que ganhei de presente.
Fez de tua presença uma esperança
O amor de quem sou dependente.

Não quero ser um destroçado na vida,
Quero ser amado no mundo.
Meu coração é um cerne amargo,
Mas meu sangue é vermelho profundo.

Quero acordar com o branco da lua,
Com os cânticos divinos do céu,
E nas colheitas que em mim perpetua
As flores d’um jardim sem mantéu.

E neste tempo que não faz amar,
Tão cruel, tão desumano, neste temor
Quero jogar minhas túnicas ao mar,
Quero provar o que Deus me deixou.

(Poeta Dolandmay)

quinta-feira, 22 de setembro de 2011


Poética inspiração - Primavera
(O Alento)


Das noites frias e de ventos fortes,
Vem surgindo a vida, deixa as mortes,
O bálsamo do tempo cheirando flor.

Folhagens secas caídas ao chão...
A dor do ser por um tempo é ilusão
Os Poetas espremem, no peito, a dor.

Cantam a vida que vem surgindo...
Ao clarear do sol – o amor vem vindo
Quase em brasa, lenitivo de sorte.

São chamas, são deuses erguidos
Que das tuas noites são, zumbis caídos
E das primaveras, são norte.

(Poeta Dolandmay)

Tempo de criança

Se num momento passado
Tudo era esperança...
Em uma criança o que se busca
É um amor eternizado...

Se num mundo imaginado
Tudo é de cor azul,
Aos céus se faz mover
Os trovões emaranhados...

Se em cada voz o cantar
É de felicidade e promessas...
Desde tudo às faz passar
O Deus da vida, o bem amado...

Se das estrelas pingarem
Lágrimas de amor enfeitado,
De inocentes pedintes
O afeto dos céus é brotado...

Mas se por luas dormentes
O branco não for de paz,
Nasce da voz pequenina:
Das noites se tenha cuidados...

E assim se vão ao tempo
De cantos brindando o mundo,
De cada gesto em segundo
Ganhando os céus sem pecados...

(Poeta Dolandmay)

terça-feira, 13 de setembro de 2011


Sem que, um dia, morreremos...

E quando pensamos que tudo está tranquilo,
A tempestade vem, e nos derruba, sem que
Possamos ter um ato de defesa, e tudo é vão...

O mundo se torna pequeno, e a água salgada...
No coração, apenas o veneno do sangue frio
O faz pulsar na calada e densa solidão...

E a flor não é mais o lírio, é margarida roxa
Enfeitando o jardim sob as nuvens mortas...
E tudo o que amamos nos passam a ser ilusão.

Assim os dias começam a passar sem que
Nos mostrem o fim do desalento intenso...
E o sol não brilha, e a lua não ama a paixão...

Mas tudo está correto! E não conseguimos ver
O cumprimento do que plantamos sem luz,
Do que odiamos e nos desfizemos ao coração...

E pássaros voam sem medo de cair, cantando...
Flores nascem às terras imundas e negras.
E nós, gritamos à vida numa eterna imensidão.

(Poeta Dolandmay)

quarta-feira, 31 de agosto de 2011


Motivo

Por tudo aquilo que eu fui, que eu sou, e serei
Na distância em que o infinito me guarda...
E por tudo aquilo que eu ainda nem sei
E do que serei nessa vida que me diz amada
Mesmo assim, às vezes solidão, outras amor,
Mesmo assim, agora sem nada, sem fulgor,
Sem que os dias amanheçam sorrindo,
Sem que à tarde seja de calor, seja sem ar,
Sem que à noite não me tenha o luar,
Mesmo que as cantigas me cantam ferindo,
E os pássaros não voam, as flores não cheiram
E o mar seja cinza, e o sol não aquece...
Eu sei, que tudo é dos céus que me queiram
Sorrindo a prova do que em mim apetece
Sem que num adeus eu venha a abandonar
Aquilo que me foi dado, que me é, que me será
Um viver sem dor, de paixão e de glória...
Por tudo isso, hoje, me deixa a memória
Que sonhos não morrem e esperança é amar.

(Poeta Dolandmay)

terça-feira, 30 de agosto de 2011


O início

Induziram as sementes
A não se exporem ao tempo de sol.
Distorceram os sonhos.

Induziram os olhos
Que enxergavam o fim da noite.
Ofuscaram os dias.

Induziram as cantigas
Que soavam em meio às montanhas.
Implantaram o silêncio.

Induziram as esperanças
Que se continham ao tempo infinito.
Pararam os relógios.

Induziram o amanhecer...
Que ficou denso, que ficou morto.
Surdiram os ouvidos.

Induziram o coração
Que pulsava em vaidades eloquentes.
Mas não compreenderam o amor.

(Poeta Dolandmay)

terça-feira, 23 de agosto de 2011


Sob minhas bênçãos

Eu não julgo as pessoas más,
as desejo a luz dos céus, sempre...
Que os pecados deles
sejam consumidos pelos anjos do bem,
e que os renovem na infinita paz
quando desse mundo se forem...
Eu sei que muitos irão me ignorar
nos meus momentos de felicidade,
mas eu sei também
que muitos irão me sorrir...
E os que me sorrirem,
que Deus os abençoe na felicidade,
e para os que me ignorarem
também; pois verão, o quanto é forte
uma benção de alegria...

(Poeta Dolandmay)

sábado, 20 de agosto de 2011


Meu livro

O tempo passa... Que pena o tempo
Não se disfarça, não me persiste...
O tempo passa... Lá vem o vento
À minha face, que nada existe...

E vem o tempo... Que não é tempo...
Olha ela aí, — minh’alma triste...
E vem a noite; meu sentimento
N’ la sem lágrimas que me resiste

...Visão sem olhos, corpos sem luz,
Amor sem cor que não traduz
O espaço fúnebre de seu infinito...

Lá vai a vida... Tempo sem nada...
Sem quer paixão nem gargalhada,
Vão-se em fólios, desejos, e mito...

(Poeta Dolandmay)

sexta-feira, 5 de agosto de 2011


Ressurreição

“Eu deixei que o mundo falasse de mim,
Que me vissem como um mendigo.
Eu deixei que todos me vissem assim:
Ele é aquele que roga aos céus, perdido.

Nesse mundo de vaidades eu fui perigo.
Aos reis, santo sem morte e nem fim...
Donde o amor não morre fui querubim.
E o meu sangue ao mundo, esculpido...

Daquele de que fui traído, beijei a face,
— Do mau que o ordenava ficar de pé
A ornar o meu corpo triste sobre a cruz...

E daqueles que de mim, oração falasse,
Eis que os ressurge a salvação, e fé...”
Disse aquele que nos deu a vida: Jesus!

(Poeta Dolandmay)

quinta-feira, 21 de julho de 2011


Amor-Perfeito

Não, desta vida não quero mais nada!
Já tenho tudo! Porque Ele me deu
As grandes asas para voar na alvorada
A atravessar o mundo entre Ele e eu...

Não tenho mais medo da madrugada,
Nem tenho medo de quem a viveu...
O amanhecer vem na terra encantada
Sobre a alma pura que não pereceu!

De tudo em mim restaram os amores...
Puros, infantes, amantes das flores
Por curvar-me no amor dos afetos teus!

Não fizeste de mim um ser puro ainda
Por antes de beijar-lhe a face linda
Porque Ele é vida! Porque Ele é Deus!

(Poeta Dolandmay)

sábado, 16 de julho de 2011


Dilúculo

Luz da manhã
Como o ouro da montanha alta,
Intocável virgem,
Conforto da noite morta...

Sonhos à brisa fresca
Beijando a face das flores,
O verde das árvores,
A alma vagante da noite...

Calor do sol
Aquecendo os túmulos brancos
E os negros, e os perdidos
Na esperança do conforto...

Luz da manhã
Como a face dos anjos eternos,
Dos sonhos inocentes,
Das estradas silenciosas...

Mesmo o meu corpo frio
Desconhecido aos céus,
Nas promessas eternas do tempo,
Elevai as minhas grandezas...

Luz da manhã,
Que os teus sorrisos eu não perca
Nas horas do dia,
No crepúsculo da vida...

(Poeta Dolandmay)

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Ao vento

A noite vem chegando, meu amor,
Cantas-me baixinho a tua canção...
E os meus ouvidos em solidão,
Deixa-os embriagar ao seu primor...

Cantas minh’alma ao seu esplendor,
Deixas que pulse o meu coração...
E no meu ilusivo à devassidão,
Cantas-me baixinho a minha dor...

Há gargalhadas que não são sorrir,
Há ventos que não são cantigas
E há lágrimas que não são chorar...

A minha dor na noite, se passa a rir
Em cantos inquietos, que antigas,
Foras os dias por meu amor cantar...

(Poeta Dolandmay)

quinta-feira, 7 de julho de 2011


À Solidão

Nessa terra que eu sei lá se têm alguém
Eu vou caminhando ao meu destino
Sem saber dele, ou se dele em mim contêm
O que eu sempre busquei aos desatinos...

Nessa terra que eu não vivo pra ninguém
Há em mim murmúrios de céus divinos...
São as estranhas vozes do meu além,
Da angústia extrema em que eu peregrino...

Os medos me dominam por toda a estrada,
Mas em mim há uma luz, uma alvorada,
Uma esperança por vaguear esse caminho...

E nessa terra em que eu não sou ninguém,
Um estranho que aqui não se sente bem,
Talvez, o meu destino não seja ser sozinho...

(Poeta Dolandmay)

quarta-feira, 6 de julho de 2011


Outrora

Saber o que eu fui? Ah, eu não sei!
Talvez, eu fui um vil, sei lá o quê...
Pois que a esse mundo me despertei
Como mendigo que ninguém vê...

Sim, devo ser quem dantes julguei:
“Coitadinho!” Oh, vida, tal qual você!
Pois que nem agora a encontrei...
Hoje eu vivo assim... Sei lá por quê!

Eu vivo assim: “Como um coitado”
Em versos loucos e endoidado
Procurando rosas onde não têm!

Mendigo! Sem nada! Eu sei que sou!
Que vive a procurar por um amor
Numa terra que nem sei ser alguém!

(Poeta Dolandmay)

quarta-feira, 29 de junho de 2011


Às Preces d’ Eles

Oh, vis, malditos seres iludidos
Que não conhecem o amor,
Nem ao menos o seu esplendor...
Que ao mundo vivem perdidos,

Que aos céus foram esquecidos,
Pois em vós há astros sem cor...
Que ao corpo não sentem calor,
Que em cânticos são deprimidos...

Fazeis fulgor aos seus acalantos;
O pudor que os vestem aos cantos
De paz e das verdades em luz...

Colheis em vós os afetos sagrados;
Pois que os livram dos pecados,
Que ao amor bendito os conduz...

(Poeta Dolandmay)


Por todos os dias...

“Que Deus esteja sempre conosco
amenizando as nossas noites
e nos alimentando com a luz do dia.
Que Deus não nos deixe confundir
o amor que no mundo nos é a vida;
o vigor que mortal algum há de apagar.
E que esse amor seja para sempre
a fonte e a luz das nossas almas
à nos conceder os céus e a vida eterna.”

(Poeta Dolandmay)


Recomeçar...

“Nada nos é tão puro quanto às lágrimas da verdade;
O reconhecimento da esperança e a renovação dos sonhos...
Nada nos é tão magnífico quanto o amor próprio.”

(Poeta Dolandmay)


Falando de amor...

“Nós falamos de amor e ao mesmo tempo
choramos o amor, talvez por não sabermos compreender
o que o próprio amor nos fala ao coração.”

(Poeta Dolandmay)

quinta-feira, 16 de junho de 2011


O PRIMEIRO VOO

Amanhece, em um dia de fim de semana.
Meu coração palpitante estremece...
É chegada a hora de me provar ao mundo.
Indagados seres me esperam, ovacionados
Por suas grandes obras, nostálgicas, em alegrias.
Apresento-me! Pois não? Narra-me seu nome...
Cumprimentos... Mãos encolhidas, sujas!
Mãos limpas estendem-se, sem orgulho!
Rostos nojentos tiram-me com os olhos de ateus.
Faces perfeitas sorriem com a beleza dos anjos!
Uma cor! Um espinho! Um desespero! Uma flor!
Acalma-se, oh, alma, dentro de mim... Um anjo!
Um olhar surgiu-me na rua, tímido, recolhido.
Outros tão abertos, grandes, temidos...
Um anjo desce-me do céu, salvação d’um Poeta!
Olha-me nos olhos, me acalma, me segue...
O desespero acaba por uns momentos, sobre a cor!
Já da flor, sinto o aroma mais perfeito, já visto!
O espinho perfura-me o cerne, este o mais temido!
Críticos, hipócritas, devoradores de sonhos...
Velhos nostálgicos! Donos do mundo!
Carlos, Vinícius, Quintana, não!
Velhos idolatrados por seu próprio ser!
(Comedores de almas!)
Cala-se o Poeta, tímido, sem som na fala...
Ao seu canto recolhe-se sobre a proteção do anjo!
Por um instante, envolve-me sob o seu mantéu...
É a primeira vez do pássaro fora do ninho.
Marca-se a experiência, agora sim, segura!
Completa suas asas, por voar ao mundo, em ferozes traças!
Da cor: um agradecimento, um beijo!
Do espinho: uma cicatriz eterna!
Do desespero: um sofrimento necessário!
Da flor: um coração marcado!
Do anjo: faço completo silêncio... Obrigado!

Poeta Dolandmay

segunda-feira, 13 de junho de 2011


Nunca desista de viver...

Mesmo que as feridas te cocem,
assim mesmo, as abençoe,
pois se ali estão é porque te tens a carne,
e porque ali te tens os sonhos,
e a esperança que elas se aliviem.

(Poeta Dolandmay)

quarta-feira, 8 de junho de 2011


Eu seria vítima de cegos...

Os espíritos são silenciosos e estão
Na nossa alma e sabedoria!
Muitos acham que recebem espíritos de Luz,
Mas, nós somos os próprios espíritos de Luz!
Somos a nossa própria sabedoria e amor!
Somos seres Divinos de Deus aqui na terra e,
Futuros seres divinos dos céus!
Não existem espíritos bons aqui, se não, nós mesmos!
Nós somos os Anjos de Deus na terra que,
Aqui estamos por provações!
Aqueles que se batem, se falam, se imitam, são maus!
E existem... Mas são dos enganos que aqui moram...
Se entendêssemos os mistérios...
Mas a nossa própria ignorância nos priva disso!
Nós já nascemos com a divindade de Deus!
Não se deixe enganar jamais!
Para aquele que te sopras, o rebata com a sua Fé.
Para aquele que te enfeita o coração, o acolha em sua alma.
Somos o propósito da existência...

(Poeta Dolandmay)

sexta-feira, 3 de junho de 2011


Abaixo dos céus...

“Vivemos em um mundo de engano
onde nos provamos de tudo,
e tudo hás de nos ser provado.”

(Poeta Dolandmay)

quinta-feira, 2 de junho de 2011


UMA PALAVRA

Deus não deseja que esperemos
cair nada de os teus céus!
A voz Dele é a nossa força e sabedoria...
“Faça, que eu os Abençôo, disse o Senhor.”

Deus fala por mim!
Assim eu julgo tudo que escrevo...
Pois sinto que, a alguém Ele quer falar...
Se não a mim mesmo.

A minha alma canta o Amor que sinto pela Vida!
Se pudéssemos desvendar os mistérios...
Mas algo há para nós, e viveremos...

E vivendo...
Que os medos não nos atormentem...
O nosso Deus e seus anjos são maiores!
Confortem-se Neles.

(Poeta Dolandmay)