quinta-feira, 16 de junho de 2011


O PRIMEIRO VOO

Amanhece, em um dia de fim de semana.
Meu coração palpitante estremece...
É chegada a hora de me provar ao mundo.
Indagados seres me esperam, ovacionados
Por suas grandes obras, nostálgicas, em alegrias.
Apresento-me! Pois não? Narra-me seu nome...
Cumprimentos... Mãos encolhidas, sujas!
Mãos limpas estendem-se, sem orgulho!
Rostos nojentos tiram-me com os olhos de ateus.
Faces perfeitas sorriem com a beleza dos anjos!
Uma cor! Um espinho! Um desespero! Uma flor!
Acalma-se, oh, alma, dentro de mim... Um anjo!
Um olhar surgiu-me na rua, tímido, recolhido.
Outros tão abertos, grandes, temidos...
Um anjo desce-me do céu, salvação d’um Poeta!
Olha-me nos olhos, me acalma, me segue...
O desespero acaba por uns momentos, sobre a cor!
Já da flor, sinto o aroma mais perfeito, já visto!
O espinho perfura-me o cerne, este o mais temido!
Críticos, hipócritas, devoradores de sonhos...
Velhos nostálgicos! Donos do mundo!
Carlos, Vinícius, Quintana, não!
Velhos idolatrados por seu próprio ser!
(Comedores de almas!)
Cala-se o Poeta, tímido, sem som na fala...
Ao seu canto recolhe-se sobre a proteção do anjo!
Por um instante, envolve-me sob o seu mantéu...
É a primeira vez do pássaro fora do ninho.
Marca-se a experiência, agora sim, segura!
Completa suas asas, por voar ao mundo, em ferozes traças!
Da cor: um agradecimento, um beijo!
Do espinho: uma cicatriz eterna!
Do desespero: um sofrimento necessário!
Da flor: um coração marcado!
Do anjo: faço completo silêncio... Obrigado!

Poeta Dolandmay

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