quarta-feira, 30 de outubro de 2013


Pós-dia

Por que se tem nesse mundo o segredo
Se que vivem por os deuses implorar
Vida sem noite e amor com luar
Na estrada em que seguem sem medo?

Olhem a morte que lá vem cedo!
Por anjos falam os que vêm encontrar
Paixão sem tempo e tempo sem ar
No fogo intenso sobre lança sem credo...

Seria o saber do que não se sabia, seria?
Forjar fortunas sem ação de morrer
E viver sem viver o que nunca se sente...

Por que rara cobra ao sol deveria
Atentar o despeito sem que fosse o temer
Do futuro em se exceder o presente?

(Poeta Dolandmay)

quarta-feira, 23 de outubro de 2013


Metamorfose

Saber dizer,
Desprezar sofrer,
Loucuras puras,
Amor tanto;
Compreender é vida...

Voz erguida,
Paixão encanto,
Lua alvura,
Desejo amar;
Sem ser vão, viver...

Qual sol amor;
Cantar fulgor
E, (igual), enternecer...

(Poeta Dolandmay)

sexta-feira, 18 de outubro de 2013


Da paixão ao fogo

Enlevado afeto que ao profano sente
O beijo em fogo no queimar a pele,
Que no fulgir paixão em corpo vele
O desejo arder no cumprir da gente!

E findar ardor que não for contente
No aventurar de luz, e, por aquele,
Se desdenhe em sede ao ardil mobele
No enlevar em flor o beijar ardente!

Que do suposto, aventura se vigore!
No acender a chama em mais primor,
De eloquente a cobardia se devore!

E no exaltar tão mais profundo ardor,
Que em disfarce gentil, implore
No emular mais alto, (o vosso amor!)

(Poeta Dolandmay)

quarta-feira, 9 de outubro de 2013


Canção do amor em paz

Porque ao mundo é pra amar
Da forma que se convém
Mesmo se triste se encontrar
Porque à vida o sol se vem
De forma que se faz brilhar
Mesmo sem ter o mesmo bem...

Porque em tudo faz cantar
De forma simples pra sorrir
A buscar o amor cumprir
Mesmo sem ter o mesmo ar...

Se talvez fosse ao esplendor
Se tivesse em tudo o mesmo amor
E toda vontade fosse a mais
Aos prantos não teria a dor
Seria o chorar de amar em paz...

Pra que seja então cumprido
O amor cheio e infinito
Em tudo aquilo que não se tem
Há de buscar em luz viver
Cantar, sorrir, chorar também
E a todo amor compreender...

(Poeta Dolandmay)

segunda-feira, 7 de outubro de 2013


Amor de aspecto

Sentimento, tão mais alto que a dor;
Solidão convulsa desalentada
Pela contextura mal feita e amargurada
Aos acalantos sem mesmo amor.

Ilusão, de apenas um peito em vigor;
Paixão que se eleva mais amada
No perdurar confuso, trama desdenhada
Que tece o linho leve e sem cor.

Que sem medida, a nenhum corpo serve...
Euforia causada; um coração que ama,
Que endoidece, e num só olho escreve

Elevado tão mais alto, mais que a chama;
No morrer opaco d’alma em neve,
Sem sol, ao tão pouco amor que clama.

(Poeta Dolandmay)

terça-feira, 1 de outubro de 2013


Viver de alta chama

Se o intento dos meus dias é de amor;
Vencido a minha penumbra desgastada
Contida a me compor a lua amada
Oferecida ao meu caminho em sol fulgor...

Que ao além de mim nem mesmo a dor
Por vezes nas torturas renovada;
Por tantas pretensões na longa estrada
Venceu a vida que a serviu em tão primor.

Que a tantos ofereço em alta chama
Presa ao meu peito sem chorar de arder
Vivendo e cantando o mesmo bem...

Que vencido o afeto ao coração que ama;
Que composta a ventura a se exceder
Nos complexos benditos que a todos têm.

(Poeta Dolandmay)