sexta-feira, 8 de março de 2013



Único Amor
A Florbela Espanca

Porque ela chorava... Ao fim de eras...
Porque nada lhe era completo...
Nem a voz, nem o som dum dialeto
Que aos gritos de saudade a fizera...

Rompiam-se os montes do infinito...
Que vinham por ela sem algum amor!
E guardava as trevas... E num só grito
Rompia-se aos versos a sua dor...

E regava de clareza infinita a sua voz
Num conflito triste de saudade...
Porque era dela o sol na imensidão...

Porque nada vivia ao seu algoz,
Em sua aparência triste e de bondade,
Porque era dela o peito cheio e vão!

(Poeta Dolandmay)

"In memoriam"



Vida e nada

O que buscas
Na imensidão?
Tão fria...
O beijo, a alma?

Triste conflito,
Buscas o amor?
Sem vida...
O Sol do dia?

Vinde perdidos
Sem chão...
Sem nada...
Buscas a calma?

Olhas adiante...
O que vês? A luz?
Sem luz...
De porta fechada?

(Poeta Dolandmay)