terça-feira, 15 de novembro de 2016


Páginas da vida


Será que um dia serei eu saudade?
Será que um dia, oh, minha vida,
Serei eu honrado em despedida...
Por um momento em vão verdade?

Sem que seja eu uma adversidade
Do oposto ideal em luz fundida?
Sem que o meu amor não se despida
D’uma existência difusa em maldade?

Que se lembrem por tudo que tenho...
Não apenas da foto ou um desenho,
Mas da minh’alma e do meu coração!

Que se lembrem no peito, o meu amor,
Das páginas da vida, o esplendor...
Que eu não seja apenas uma ilusão!

(Dolandmay Walter)

terça-feira, 4 de outubro de 2016


Na luz dos Altos


No dia em que eu nasci à imensidão,
Um notado azul feito o do mar
Fulgiu em meu peito: cor de coração
Não é vermelho se não é amar.

Rugiu em mim, o fantasma escuro,
O qual eu encontrei às trevas-além:
Dos meus céus, sou um servo-zen,
Como um santo real e de verso puro.

Vagueando notas, avejão prisioneiro,
Na escuridão sem voltar à cor:
Da voz da estrada o luar mais cheio.

Dos meus ais, sou inseguro e triste,
Mas desse notado o que existe,
No buscar da vida o meu cerne-amor.

(Dolandmay Walter)

domingo, 25 de setembro de 2016


Paralelo


Não faça de você um estranho
Para que não o vejam com espanto.
Não seja apenas uma luz,
Seja ofusco como o sol que cai na noite
Que, portanto, sendo notado
Será como a lua que nasce branca
E conhecido como o dia.

(Dolandmay Walter)

sexta-feira, 2 de setembro de 2016


Vazio


Silenciosos dias pregados de saudades,
E imaculados, e incandescidos, de ardor;
Quais reprimidos, de vaidades,
Quais gracejados sem mesmo amor,

E de paixões, desejos, de insanidades,
E incompletos, cobertos, sem esplendor;
Quais fiem de tais realidades,
Quais escuros, e puros, a mesma dor...

Julgados, e infinitos, no mesmo arder,
Aos quais me pus enlouquecer
Na imensidão complexa de seus segredos...

Que inovados sejamos, sem mesmo amar,
Que insanos sejamos a vaguear,
Na compreensão finita de vossos medos...

(Dolandmay Walter)

terça-feira, 2 de agosto de 2016


Erros...


Quem diz: é amor demais! Extinta paixão
Que enriquece tristezas, desejos e medo!
Pelo cerne enlouquecido, o coração
Não se impõe de existência um segredo!

Quem diz: é paixão demais! Extinto amor
Que empobrece sorrir, lágrimas e sofrer!
Pela alma corrompida, a dor
Não se absorve de alegria um viver!

Sentimentos complexos e equivalentes,
N’um existir eficaz a consumir o espírito
Por fantasmas vulgares, dependentes,
N’um despertar sem sentir por ser dito:

Amor! Paixão! Desejos loucos e plenitude,
Só se têm; quem se impõe, em virtude!

(Dolandmay Walter)