quinta-feira, 29 de setembro de 2011


Como todo sonho...

Somente nós,
poderemos buscar a alegria,
e nos completar
com a que nos fazem;
se nos fizerem,
sem termos a nossa própria,
nada nos terá valor.

(Poeta Dolandmay)

segunda-feira, 26 de setembro de 2011


Sabatina

Não vou dormir sem me deixar existir
No tempo que ganhei de presente.
Fez de tua presença uma esperança
O amor de quem sou dependente.

Não quero ser um destroçado na vida,
Quero ser amado no mundo.
Meu coração é um cerne amargo,
Mas meu sangue é vermelho profundo.

Quero acordar com o branco da lua,
Com os cânticos divinos do céu,
E nas colheitas que em mim perpetua
As flores d’um jardim sem mantéu.

E neste tempo que não faz amar,
Tão cruel, tão desumano, neste temor
Quero jogar minhas túnicas ao mar,
Quero provar o que Deus me deixou.

(Poeta Dolandmay)

quinta-feira, 22 de setembro de 2011


Poética inspiração - Primavera
(O Alento)


Das noites frias e de ventos fortes,
Vem surgindo a vida, deixa as mortes,
O bálsamo do tempo cheirando flor.

Folhagens secas caídas ao chão...
A dor do ser por um tempo é ilusão
Os Poetas espremem, no peito, a dor.

Cantam a vida que vem surgindo...
Ao clarear do sol – o amor vem vindo
Quase em brasa, lenitivo de sorte.

São chamas, são deuses erguidos
Que das tuas noites são, zumbis caídos
E das primaveras, são norte.

(Poeta Dolandmay)

Tempo de criança

Se num momento passado
Tudo era esperança...
Em uma criança o que se busca
É um amor eternizado...

Se num mundo imaginado
Tudo é de cor azul,
Aos céus se faz mover
Os trovões emaranhados...

Se em cada voz o cantar
É de felicidade e promessas...
Desde tudo às faz passar
O Deus da vida, o bem amado...

Se das estrelas pingarem
Lágrimas de amor enfeitado,
De inocentes pedintes
O afeto dos céus é brotado...

Mas se por luas dormentes
O branco não for de paz,
Nasce da voz pequenina:
Das noites se tenha cuidados...

E assim se vão ao tempo
De cantos brindando o mundo,
De cada gesto em segundo
Ganhando os céus sem pecados...

(Poeta Dolandmay)

terça-feira, 13 de setembro de 2011


Sem que, um dia, morreremos...

E quando pensamos que tudo está tranquilo,
A tempestade vem, e nos derruba, sem que
Possamos ter um ato de defesa, e tudo é vão...

O mundo se torna pequeno, e a água salgada...
No coração, apenas o veneno do sangue frio
O faz pulsar na calada e densa solidão...

E a flor não é mais o lírio, é margarida roxa
Enfeitando o jardim sob as nuvens mortas...
E tudo o que amamos nos passam a ser ilusão.

Assim os dias começam a passar sem que
Nos mostrem o fim do desalento intenso...
E o sol não brilha, e a lua não ama a paixão...

Mas tudo está correto! E não conseguimos ver
O cumprimento do que plantamos sem luz,
Do que odiamos e nos desfizemos ao coração...

E pássaros voam sem medo de cair, cantando...
Flores nascem às terras imundas e negras.
E nós, gritamos à vida numa eterna imensidão.

(Poeta Dolandmay)