quinta-feira, 21 de julho de 2011


Amor-Perfeito

Não, desta vida não quero mais nada!
Já tenho tudo! Porque Ele me deu
As grandes asas para voar na alvorada
A atravessar o mundo entre Ele e eu...

Não tenho mais medo da madrugada,
Nem tenho medo de quem a viveu...
O amanhecer vem na terra encantada
Sobre a alma pura que não pereceu!

De tudo em mim restaram os amores...
Puros, infantes, amantes das flores
Por curvar-me no amor dos afetos teus!

Não fizeste de mim um ser puro ainda
Por antes de beijar-lhe a face linda
Porque Ele é vida! Porque Ele é Deus!

(Poeta Dolandmay)

sábado, 16 de julho de 2011


Dilúculo

Luz da manhã
Como o ouro da montanha alta,
Intocável virgem,
Conforto da noite morta...

Sonhos à brisa fresca
Beijando a face das flores,
O verde das árvores,
A alma vagante da noite...

Calor do sol
Aquecendo os túmulos brancos
E os negros, e os perdidos
Na esperança do conforto...

Luz da manhã
Como a face dos anjos eternos,
Dos sonhos inocentes,
Das estradas silenciosas...

Mesmo o meu corpo frio
Desconhecido aos céus,
Nas promessas eternas do tempo,
Elevai as minhas grandezas...

Luz da manhã,
Que os teus sorrisos eu não perca
Nas horas do dia,
No crepúsculo da vida...

(Poeta Dolandmay)

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Ao vento

A noite vem chegando, meu amor,
Cantas-me baixinho a tua canção...
E os meus ouvidos em solidão,
Deixa-os embriagar ao seu primor...

Cantas minh’alma ao seu esplendor,
Deixas que pulse o meu coração...
E no meu ilusivo à devassidão,
Cantas-me baixinho a minha dor...

Há gargalhadas que não são sorrir,
Há ventos que não são cantigas
E há lágrimas que não são chorar...

A minha dor na noite, se passa a rir
Em cantos inquietos, que antigas,
Foras os dias por meu amor cantar...

(Poeta Dolandmay)

quinta-feira, 7 de julho de 2011


À Solidão

Nessa terra que eu sei lá se têm alguém
Eu vou caminhando ao meu destino
Sem saber dele, ou se dele em mim contêm
O que eu sempre busquei aos desatinos...

Nessa terra que eu não vivo pra ninguém
Há em mim murmúrios de céus divinos...
São as estranhas vozes do meu além,
Da angústia extrema em que eu peregrino...

Os medos me dominam por toda a estrada,
Mas em mim há uma luz, uma alvorada,
Uma esperança por vaguear esse caminho...

E nessa terra em que eu não sou ninguém,
Um estranho que aqui não se sente bem,
Talvez, o meu destino não seja ser sozinho...

(Poeta Dolandmay)

quarta-feira, 6 de julho de 2011


Outrora

Saber o que eu fui? Ah, eu não sei!
Talvez, eu fui um vil, sei lá o quê...
Pois que a esse mundo me despertei
Como mendigo que ninguém vê...

Sim, devo ser quem dantes julguei:
“Coitadinho!” Oh, vida, tal qual você!
Pois que nem agora a encontrei...
Hoje eu vivo assim... Sei lá por quê!

Eu vivo assim: “Como um coitado”
Em versos loucos e endoidado
Procurando rosas onde não têm!

Mendigo! Sem nada! Eu sei que sou!
Que vive a procurar por um amor
Numa terra que nem sei ser alguém!

(Poeta Dolandmay)