domingo, 24 de janeiro de 2010

Silencio...

Torna-se mudo o meu coração,
e neste momento de pesar
a minh’alma vagueia ao ocaso
em que o meu corpo perece
no álveo rígido que me assenta.

Sinto que o tempo me falta,
que se isola sobre mim,
que o medo me domina
e a noite cega-me os sentidos.

Meus olhos não mais vêem
a manhã clara dos dias,
isolando-me na profundeza vã
dos meus mitos, da causa finita
e das idolatrias que me renova.

Que me pudera nos meus altos,
na minha adoração e no poder
que me tens no mundo, a vida,
no grito do meu amor, renovação.

(Poeta- Dolandmay)
Nos mistérios

Eu vi o Senhor a minha luz
nas entranhas da noite...
Eu vi na escuridão plena
os dias que me vestem...
Eram puros e definidos,
e em cada um eu vi o Amor
que me foge a boca santa.

Eram os dias de trás de mim
que o espelho da vida
refletiu sobre os meus olhos
que não mais enxergavam
a minha alma sob o meu corpo.

Eu vi que todos os meus dias,
de trás de mim, eram castos,
mas se fecharam, se perderam,
se odiaram e se desfizeram
por razões incrédulas, perdidas.

Como pois os Santos dizer
o que as tempestades escuras
não me disseram, ó Rei?
Como fazer que o passado
não me aflijas no resto tempo
que me faltam a tua glória?

"Fizestes chuvas a mim tanto
que tudo o que me destes
se aprofundou nas águas frias
que cairdes dos teus céus..."

Assim eu vi as respostas Dele
sobre a minha fronte amarga,
agnóstica, vil, e impetuosa...
(E eu vi os dias dos dias todos!)

(Poeta- Dolandmay)
Crepúsculo

"Largaste-a o tudo que não tens;
o que pensas de direitos teus
sobre as faces rústicas e de dor,
e em ti voltarás os dias de Sol."

(Poeta- Dolandmay)

sábado, 23 de janeiro de 2010

Resposta!

Nos meus dias de tristeza, nesta esfera,
Neste globo Santo de vida e de morte,
Pareço-me uma praga vinda do norte
Qual uma folha seca que o frio dilacera...

Uma Alma bendita, mas posto numa era
Em que nos dias todo sofre tão forte,
E que vive a buscar as mantas da sorte
Do Deus que te veste, e voltar te espera!

Estão longe de mim às frases benditas,
As que aos meus olhos são infinitas...
As que no meu coração só rogam Amor!...

As minhas noites são frias, são mortas!...
Será que a mim Deus fechou as portas?
Espero-te meu filho! Respondeu o Senhor!

(Poeta- Dolandmay)

Fundamento

"...Apenas faça de teus Dias a prova
das coisas que te espera, e com que
seja dos teus olhos a visão de Deus;
visto com que a tua fé é o que o agrada."

(Poeta- Dolandmay)

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

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Imortal

Entregaste-a como pensastes;
a alma, silenciosa no tempo,
vagueando por um além breve
das palavras curtas, no momento,
em que a te ensinastes os céus
a eternidade que a te escreves
os dias que passastes ao vento
do oeste, quando subitamente
não iluminastes a alvorada oira
do mar negro, gelado e morto,
e que sombrio fosses descontente
nas entranhas das noites frias.
Revelaste-a, o eterno conforto
o Anjo, no extenso dos teus dias!

(Poeta- Dolandmay)

Alma em Fogo!

Oh, alma que me veste
Dentro dos teus dias de amor!
Esperei-te por todo o tempo...

Chegaste pura de coração
Em fúrias, orgias e paixão
A conquistar o meu momento.

Estremeço no teu amar pleno,
No teu sentir vultoso e obsceno
Fluindo do teu corpo em fogo.

Sim, Amor, os teus beijos...
Que me queima a pele em desejos,
A rogar-me os afetos sem fim...

Almas, corpos sedentos...
O teu querer, os teus sentimentos,
Não dá pra esconder em mim!

(Poeta- Dolandmay)

Compaixão ao destino

Como podes viver em desespero pleno?...
Vives por desengano a te curar na alma
As melancolias, no afim, de fazer-te calma
Em beber o líquido do teu próprio veneno.

Desgraçado, estranha voz, peito pequeno
Que rompe os dias, que não me acalma;
E, a confiar na crença miserável da tu’alma
Com a tua água em solver eu te condeno.

Olhas para o mundo e vejas como é triste...
Viver por compaixão, sabes que não existe
Os dias que tanto queres p’ra se findar!...

Sabeis que este sentimento que te devora
Viverás por todo o tempo, não só por agora
Porque o destino que o guia faz-te amar!...

(Poeta- Dolandmay)

Nos distúrbios da razão!

Eu sei! Que todos os sentidos são de Amor!
Não me adianta dizer que existe um mal...
O meu coração ao seu coração inda é igual
A de todos que dizem sentir no peito a dor...

Por quê? Não sabes? Que ao teu esplendor
Tu és na busca do teu bem um ser anormal?
Sabes que te amará sobre tudo que for fatal
A conhecer o que te buscas no seu langor!?...

Eu sei! E tu sabes! Que, viverás sem perder
Todos os sentimentos que te levam a crescer
Sem pensar no amor que na alma todos têm!...

Mas que tu não sejas esplêndido de paixão...
Que tenhas no teu ser o bom ânimo da razão
A sofrer os distúrbios da vida d’um alguém!

(Poeta- Dolandmay)

Dias Santos!

Daqueles malditos seres iludidos
Que na minha frente eu vi passar...
Aprendi que são uns tolos caídos
Que nem mesmos sabem amar!...

Os meus dias são santos benditos,
As minhas noites brandas ao luar...
Os meus amores são loucos! Fictos,
Que não me souberam abrandar!...

Trago no meu peito um regalo forte
Das brisas mansas d’um norte
Onde poucos advirão de conhecer!

Para os idolatrados seres pagãos
Erguer-me-ei aos céus minhas mãos
Para que saibam Amar!... E Viver!...

(Poeta- Dolandmay)
Seres ao vento!

Andam loucos e desgastados por mim
Todos estes seres malditos de ilusão!...
Rogam como porcos imundos, por o fim
De os meus dias a destruir meu coração!

Fracos, como penas de gansos ao vento,
Como vozes a suplicar na noite fria...
Seguem-me ao luar, rogam-me lamento
Por as tuas mortiças ilusões a luz do dia!

Não sabem que sou um Poeta destemido,
Que por as almas todas sou concebido
A livrá-las das maldades dos olhos teus!...

Ou, talvez, não saibam que eu sou ainda
O ser que podes beijar-lhes a face linda
Quando rogarem por eles mesmos a Deus!

(Poeta- Dolandmay)