quinta-feira, 27 de junho de 2013

O medo e o Poeta



O medo e o Poeta

De qual vento vieste? Perdido
Sem composto ao chão, vagando...
De qual céu tu vens banido?
Em qual lua o teve amando?

Por qual estrela estás pedindo
Sem engaço de voz chamando?
Por qual amor vem vindo
Em tremente ardor gritando?

“Choras a solidão ao sol do norte
Como cipreste-calvo e, vão,
Vagueia tu’alma ao frio da morte...”

Queres ao meu peito qual paixão?
Do sepulcro já és a sorte
E na minh’alma a imensidão!...

(Poeta Dolandmay)


O mais alto

Qual saudade nos eleva mais? A do amor? A da verdade?
A da compreensão? Viva o novo... viva a nova luz!
Que as angústias possam dormir no amor!
Que vivamos cantando... e amando por toda a vida...
Que o desejo da bondade nos aflore...
Que vivamos o qual num vão momento nos pôs existir
num propósito único; amarmos-nos e amemos...
Que a energia desta nova luz nos possa aquecer...
Que de aparência não sejamos julgados...
Que de esmolas nos alimentem em amor...
Que de inverdades não sejamos grandes e displicentes...
Que o amor nos possa
encontrar mesmo nas noites de solidão...
Que possamos renovar a alma para um novo dia de sol...
Que venha o novo sol,
a vida e a esperança de novos amores,
mais plenos e belos... Pois, como poderá ser a noite morta
se aos corações vivemos a luz dum novo amor?
Que seja belo em nossos corações...
Que o diário da vida nos seja esplêndido de Paz!
Vivamos... consagramos cada segundo de sol...
E sorrimos... e cantemos: “Como a vida é bela”
Sem que nos esqueçamos da fonte e da luz perfeita: Deus!

(Poeta Dolandmay)


Liberdade

Se hoje vivemos em um tempo de livre expressão,
Por que nos restringem tanto? Quais os medos?
Que nada de incertezas e de arrependimentos nos domine;
para tudo há um conforto de prazer...
Pois, no vazio em que nos envolvem, sabemos que,
Nada somos, para quem, em nós nada é!

(Poeta Dolandmay)


Absoluto

E vêm novos dias... e vêm novos tempos...
E sobre nossas mãos estão todas as coisas...
Mas, no relógio da vida, qual virtude eleva um tempo?
Quais provas nos são mais absolutas do que a qual
nos eleva ao Deus de amor?
Que do mais alto sejamos eternos...

(Poeta Dolandmay)


Ciclo

O tempo passa... o dia se vai... e logo vem a noite...
Que a luz do amor nos alimente a alma
elevando-nos o espírito ao esplendor da bondade...
E nesta nova, possamos cantar a vida...

(Poeta Dolandmay)

quinta-feira, 20 de junho de 2013



O sonhador d’estrelas

Vagueando ao mundo de amor,
Amou... o triste sonhador d’estrelas...
Ao espaço do jardim sem cor,
Sorriu... a flor que pintou por elas...

Sonhou... por, vagueando encontrar
Delírios... orgias... e paixão...
E, sorrindo às luas, o amar,
O teve de imenso o feliz coração...

Sonhando... ao amor, sonhando...
Aos teus braços em pureza perfeita,
A tristeza o viu desprezando,
E feliz ao teu colo era a flor-eleita.

Amou... sorriu... e, aos astros do mundo
Dormiu e sonhou o Poeta profundo...

(Poeta Dolandmay)

segunda-feira, 17 de junho de 2013



O verbo Poeta

Nasceu, conjugou-se, amor
Em tudo que há de perfeito infinito
Na voz, n’alma; n’um só grito
Criou-se d’estrela esplendor...

Mas por nuvens escuras chorou
Triste, desdenhado, restrito:
Poeta de amor aos versos bonito
Que ao cantar, sorriu e amou...

Mas antes que não fosse o chorar,
Quais luas que veria profundo?
Se n’alma que não fosse o sofrer,

O que seria o cantar neste mundo?
De qual verbo seria o amar
Se o amor é cantar, e chorar, e viver...

(Poeta Dolandmay)

sexta-feira, 14 de junho de 2013



A dor e o Poeta

Porque sofre solidão, acalentado
Por tão pouco de carinho...
Porque de peito cheio e desdenhado
Procura estrelas no caminho...

Porque perdura ilusão, condenado
Na cruz da saudade e desalinho...
Porque carpir-se de pecado
A flor de tão melhor espinho...

Porque do sol vem seu desejo
De luz-perpétua e leve... e, em vão,
O cravar do idôneo beijo...

Porque sem fulgor, n’alma espera
O amor-encanto e, paixão
Mesmo ao peito cheio que o tivera!

(Poeta Dolandmay)

sexta-feira, 7 de junho de 2013



Constante

Por tão mais amor que cresce
Em qualquer outro canto,
É que dos meus sonhos falece
Meu coração ao meu pranto...

Por tão mais paixão que a minha
Em qualquer canto encontrar,
É que de amor passarinha
Meu corpo quente em pulsar...

Por tão mais desejo de instante
Em outr’alma prestante
Haver com mais intensa virtude;

É que o meu sentir endoidado
É dom p’ra pagar o pecado
De amar com tão mais plenitude.

(Poeta Dolandmay)