segunda-feira, 23 de abril de 2012



Inverso

Os dias de luz me passam, condenados,
Na tranquila vida que me veem sorrir;
Ilusões de olhos negros e afortunados
Que me põem há um santo dia destruir...

Luminar, e, contudo, em versos partir!
Assim me veem os aventurados...
Na noite fria, à lua branca, desalentado,
Assim me veem os que se julgam elixir...

Que o tempo te consuma ardor! N’alma,
Que o sol te feche! E, na calma,
Que não te cerre os distúrbios de amor!

E os dias que te forem santos, sem luz,
Que abram os meus braços sobre a cruz,
Que lhes veem, oh, vida, seu esplendor!

(Poeta Dolandmay)

sábado, 14 de abril de 2012


Pretexto

Que nada me fosse vil! E pecado
Ao firmamento! E eu seria um santo,
Que, no mundo, o meu pesado
Seria o meu provar de acalanto...

E de toda à vida, eu seria um manto
Ao destino, que se prega andado,
Mudo. E, qual razão teria um pranto?
E de qual amor seria meu curvado...

Por tudo é essencialmente puro!
E nada é de vão momento...
Nem adúltero, nem enlouquecido...

Por tudo o que é desgraça, impuro!
E canto, e disperso ao vento
Do meu santo mundo o ardor vivido...

(Poeta Dolandmay)

quarta-feira, 11 de abril de 2012


Voluptas

Eros e Psique, cobiças e orgias: amor.
Chamejantes de paixão, sem compreender,
Deuses e glórias, e destino, e prazer,
Na eloquência compulsiva do esplendor.

Espinhos e fragrância, lírios e furor...
Que mais de aparência há de beleza acender,
Mais os desejos fora de invídia o viver
Aos seus oráculos de crepúsculos e dor...

Ira e compaixão, morte e luz: vaidade.
Que mais fora de independência a saudade,
Mais fora de pulsar o coração infinito...

Que tolos de amores se possam abrasar...
Que belas se foram às faces, a se compulsar,
Por um feito de prazer um somente grito.

(Poeta Dolandmay)

Ao coração...

O amor nos compõe quando o queremos sentir.

(Poeta Dolandmay)

Compulsivo

Talvez um dia eu entenda o mundo.
Hoje, eu só quero é ser feliz!

(Poeta Dolandmay)