domingo, 24 de outubro de 2010


DA IDOLATRIA MORTA

Sinto uma estreiteza aguda no peito...
Todo o sangue do corpo faz-me doer,
Sob a luz duma aura ansiosa, em dizer:
Rompeu-se a sombra o amor perfeito!

Porque tem que ser assim satisfeito:
Numa exaltação ondeante de prazer...
Esmagando-te a alma, ocultar-te ver,
Esta fúria vibrante d’um cálice desfeito.

Parecem-me poderes enviados do céu
Pelo anjo que rodeia a minha volta,
A mando de um ser cândido com véu.

E nesta noite fria dos braços me solta,
Faz-me cheio de glória tirar o mantéu:
É preciso que a vida lhe vá sem revolta...

(Poeta Dolandmay)

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