terça-feira, 20 de abril de 2010


ESPÍRITO DE ÁVILA

O meu amor por ti, ó flor, é como o da ave branca,
É como o da fragrância no seu corpo em fogo;
É como o inexprimível ato de romper o sentido leve
Da compaixão do seu espinho à beleza do seu caule.

Não sou a brisa e nem sou o ar, mas sou os olhos
Que te almeja, quem te espalha em visão ao mundo,
Por a lealdade do seu amor ao sol, a vida, e a morte.
Assim amo-te, ó flor, por as verdades da sua alma...

Assim amo-te dentro das pragas dos teus açoites,
Na areia fina onde cobras enfeitam a sua imagem,
Nas rochas onde és perfeição sobre as fendas negras,
E no acaso onde poucos encontrarão a sua calma...

Mesmo amo-te no saber do teu fadário sobre mim
Mesmo amo-te no saber do seu corpo sobre meu corpo,
Na ciência que enfeitarás o meu peito frio sob a terra,
E sobre as lágrimas e risos dos corações da verdade.

(Poeta- Dolandmay)

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