quinta-feira, 3 de junho de 2010


Como o próprio sol
(Noite morta)

Quando o dia se cai; triste
Uma noite que não passa
Vagueia no que me existe;
Na solidão que me abraça.

Tanto me queixa o lamento:
Porque não se deixa feliz?
A voz oculta o pensamento,
Na alma não roga, e diz:

Odor de flor pelo caminho,
Estrada que não pode amar.
Mas não se deixe sozinho,
Não faz à tristeza lembrar.

Distancia-se do passado
Aos pés de quem tem amor.
O mais alto que é amado,
Que é paixão, que é pudor;

Rei dos dias e das noites
Que está além do que sente;
É alma-santa de afoites
E de amor simplesmente.

Acorda o dia, e vem aurora;
À frente da alma é o além,
Detrás, é o que te devora
E luz que se apaga também!

(Poeta Dolandmay)

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