terça-feira, 15 de junho de 2010


ANGÚSTIA

Oh alma fúnebre que me pertence, donde estou?
Tudo me passa, o mundo me passa, e não vejo!
Pois que nada me toca o corpo, um vão desejo;
Calor escuro, suor gelado, não define o que sou!

A vida que contempla o destino em mim deixou,
Uma imensidão suntuosa. Ouvira o meu pejo
Na transparência infindável de um idôneo beijo,
Numa perpétua cobiça de regalos, e se findou!

Num branco desejável de luz plena e ternuras
Clareia-me a lua, em meio às nuvens escuras,
No neurótico e perpétuo tempo, que me conduz!

Diga-me! Oh criatura, que me faz de ti saudade,
Donde estou? Oh, clamo-te! Em sua lealdade:
Faz de a tua voz a verdade rígida que me traduz!

(Poeta Dolandmay)

Um comentário:

  1. Querido Poeta

    Não tenho palavras para descrever a beleza deste poema.

    Deixo apenas um beijinho
    Sonhadora

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