quarta-feira, 12 de maio de 2010



LAMENTAÇÃO

Encheste-me de amor, tão puro, e delicado.
E num instante me deixaste, por esquecer,
Triste nas correntes mortas d’um regado,
O que a pouco, num fato, puseste se perder.

Vieste-me a sussurrar num real amargurado
Os anseios que guardaste, por não perecer,
Sob as lembranças dum coração inveterado,
A paixão, que de mim, põe-se a enlouquecer.

E, nestes lamentos que te oculta à verdade,
Dispõe a não perder a porção do meu peito
Que já adormece! Oh Amor, na tua saudade.

Pois, com os pés ao alto do que me encanto,
Não mais sou de tua cobiça o ser perfeito:
Eu sou o que és de mim, teu mesmo pranto!

(Poeta- Dolandmay)

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