quarta-feira, 27 de junho de 2012



Morto

Assassinos que me ensinaram a lutar,
Vinde! E levais todos os teus medos!
Que desse abutre d’asas negras ao luar,
Não descubrais seus fúteis segredos!

Vinde! Criaturas de extensão pouca!
E os trêmulos, e os de sem amor!
Que os murmúrios de minha boca,
Já os cantam noites como esplendor!

Sepulcros, sopros impuros, vendavais...
Desse, que veem desnudo, elevais!
Eis do que finar-se não mais fazem rir!

Vinde! De esperança elevou-se a cruz!
Que, de cadáveres, bendizeis a luz!
Pois não me há mais chão pra se cair!

(Poeta Dolandmay)

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