Solidão, que nos cega os sentidos, Vem como uma lua negra e morta Aos ventos murmurando à porta Dos ouvidos plácidos deprimidos.
E, nos sussurros tenros atrevidos, Que os são das trevas que nos corta Guarda os dias brancos e suporta Os lamentos aos tempos perdidos.
Solidão, que há séculos é virtude, Que ao coração nos prega e acalma A vida em ambição à juventude...
Vêm aos ventos e retorna à palma Para que a noite não padeça e mude Nas fortalezas do sentir... da alma.
(Poeta Dolandmay)
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
UM ALGUÉM E UM POETA
Ora, Poeta, por que hás de escrever os sentimentos d’um coração? Todos nós somos iguais, os dias são iguais. Há dentro de ti uma vida, um coração igual. A paixão? Ah, não importa a cor! Todos os sentimentos são de amor!
Não te invoques o além... Eu não quero imaginar mais nada. Eu não quero mais sorrir do nada. Eu só quero entender a vida, porque haverá de ser cumprida dentre os meus dias também...
Não me conte os teus segredos porque eu não quero mais saber. Conta-me apenas de seus medos porque eu já temo você... Não mais queiras de mim o esplendor sendo que eu já sou todo o seu fulgor em seus dias de solidão!
Oh, trovador, o que hás de ser do meu alguém? Dos meus sonhos? Da minha esperança? Queiras em razão me compreender Sob a sua infinita aliança... Por que haverá de nos céus o seu viver ser os cumprimentos dos murmúrios teus?
“Porque na vida todos têm dentre os cantos que convém o Amor, sobre os infinitos olhos de Deus!”
(Poeta Dolandmay)
DO POEMA
“O poema para ser um, bom poema, é assim: Quando não se define, mas se traduz!”
(Poeta Dolandmay)
sábado, 20 de novembro de 2010
CLAMOR
Peço-te perdão do que sou. Peço-te perdão do que me acham. Nunca fui de mal algum. Nunca fui o que me quiseram. O que vivo é amor. O que eu não tenho é a vida. O que escrevo é o meu temor, a minha pobre solidão. Eu sei que tenho muitos amores, mas me falta muito ainda. Em seu jardim há muitas flores, mas no meu há um vazio que eu tanto busco completar. Não me tente compreender porque nesse mundo eu não estou, apenas ando a vaguear por completar o que eu não fui...
(Poeta Dolandmay)
terça-feira, 16 de novembro de 2010
ESPERANÇA
“Nunca deixe de sonhar... Porque o sonhar, é viver! Nunca deixe de amar... Porque o amor, é a essência da vida!”
(Poeta Dolandmay)
domingo, 14 de novembro de 2010
ARBÍTRIO
Não mais assim o serei como sou pranto, Ufo anjo celeste, que me amargura Na noite escura e cabal que anseia tanto As densas e miseráveis vozes que te jura.
Não mais serei como o linho de seu manto. E nas insígnias aflições que me insegura, Como o indescritível mendigo de acalanto No altaneiro vento de sua voz obscura.
Como um tapeador a rogar benção branda No peito que traz o tormento e canta Na infeliz espera de me roubar o amor,
Serei um estranho, assim, como me é luz Na revelação do opúsculo real que conduz Desde o princípio de o seu esplendor.
(Poeta Dolandmay)
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
VOZ...
Não mais serei eu, Totalmente eu. Cada dia é um dia E, eu, dias reversos. Tudo me é antes Hoje, tudo é depois. E tudo é distante Na alma de nós dois. No astro de fogo, Tudo é além de mim. O que sou vagueia No universo mudo Das palavras frias Que me quer falar:
Alarga meus versos, Pois que sou reverso Se eu não sou amar!
(Poeta Dolandmay)
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
PÁTHOS
A luz do sol me queima a pele, a lua não mais clareia as minhas noites, não mais vejo a alvorada sobre o imenso azul das águas santas.
As canções que soam aos meus ouvidos são das noites mortas, e as estrelas já me são extintas sob a idolatria infinita que não me renova.
Que não me pudera ao meio da imensidão gelada onde há da minha alma o descanso, ao despertar da esperança, o amor, em suas falsas e pobres ambições, no silêncio que me guarda, prosperar.