segunda-feira, 14 de maio de 2012



Deus

Nasci como me quiseste, elevado
E puro, no mundo que julgaste santo;
E as palavras me são santas, e canto
De insanas vozes o meu vão curvado.

Saí pela porta, de ilusão e de pecado,
Sem que me deste um vil encanto,
Sem que eu fosse um sorrir de pranto
Suave, e disposto, de inútil cuidado...

E de rugas caso a face, ao vento morto
Do meu indigesto tempo... E mudo
São os cânticos à luz do meu porvir...

Que vem tormento ao meu sol conforto,
E vêm canções ao meu pavor agudo;
Que o fim me fosse, ao teu amor sorrir...

(Poeta Dolandmay)

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