quinta-feira, 5 de julho de 2012



Sob o deserto escuro

Os ventos murmuram convulsos
Sob o tempo que não há tempo...
E a procura do amor na escuridão,
Os espíritos suplicam suas asas...

E eu ouço os murmúrios...
E eu vejo o céu dos anjos...

Almas vagueiam sem intento
Sob a terra dos benditos...
E os lobos espreitam seus alentos
Sob o firmamento dos pecados...

E eu ouço os murmúrios...
E eu vejo o céu dos anjos...

O meu corpo se firma à tempestade,
E olhos acesos me seguem
Dentre os sepulcros dos caminhos...

E eu ouço os murmúrios...
E eu vejo o céu dos anjos...

A luz é como o ouro no calvário.
O crepúsculo se rende a claridade,
E os ventos emudecem ao amor...

E eu ouço os murmúrios...
E eu vejo o céu dos anjos...

Porque aos meus pés há fogo árduo
Sob o tempo que não há tempo...
Porque detrás de mim há escuridão,
E à minha frente há esplendor...

(Poeta Dolandmay)

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