sexta-feira, 30 de março de 2012


O meu pecado

Porque me quis assim, cheio de dor!
Porque me criou estranho no mundo:
Um pássaro com asas de condor,
Um ádvena, um elevado, e profundo!

Porque me quis assim, um moribundo,
Sem que um brilho de esplendor,
Refletisse em mim, sem que fecundo,
Eu pudesse ser um nerval, um primor!

Conjura em mim uma noite orvalhada
Que se cria, e se move, sem alvorada,
Nem picos de luzes brancas e de ilusão...

Vagueio como um cipreste-calvo e frio,
Como um provar de orbe armentio,
Como me quis! Oh Deus da imensidão!

(Poeta Dolandmay)

Um comentário:

  1. "Conjura em mim, uma noite orvalhada.
    Que se cria, e se move, sem alvorada.
    Nem picos de luzes brancas e de ilusão".
    Um espetáculo!
    Seus sonetos encantam-me.
    Bom poder ler as suas emoções amigo Dolandmay.
    Abraços.

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