sábado, 11 de fevereiro de 2012


Isolado

Eu estava em um lugar onde apenas os pássaros cantavam...
Onde o ocaso se fazia melodia com os sussurros dos ventos,
E o meu coração trovejava no vigor da noite sem nuvens...

Eu estava em um lugar onde à luz me queimavam os olhos...
Onde os bálsamos peculiares e as flores mortas me rendiam,
E a terra quente e seca me queimava os pés sob a aparência...

Eu estava em um lugar onde nada de amor imperava a alma...
Onde a paixão não se manifestava em âmagos propícios,
E os desejos não se entrelaçavam ao corpo e ao sangue frio...

Eu estava em um lugar onde cobras e ratos se pertenciam...
Onde de alimentos faziam das trevas as suas principais vozes,
E os seus murmúrios surdiam os tímpanos invioláveis e vis...

Eu estava em um lugar onde de ossos e couro me via o corpo...
Onde de expressão não me entendiam aos versos de sanidade,
E os céus me eram distantes, mas de sabedoria me enaltecia...

Eu estava em um lugar onde apenas de mim se alimentava...
Onde de absoluta a minha fé se exigia aos fictos desnudar,
Onde me fiz santo às promessas, e o sol me reinou a esperança...

(Poeta Dolandmay)


“In Insultos”

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